Costuma dizer-se que o tempo cura tudo. Eu só posso dizer que quem diz isso está redondamente enganado. Esperar por uma resolução miraculosa, pelo fim dos meus sentimentos pelo Hugo revelou-se uma completa perda de tempo. Com o passar do tempo, tenho a sensação de que ainda gosto mais dele. Não sei se foi a distância que gerou mais saudades, não sei se é por esta ser uma paixão autêntica, não sei. Sei que o que sinto aumentou. Sei que gosto mais dele agora do que há 5 meses atrás, por exemplo. Sinto isso, mas não sei explicar detalhadamente porquê. O tempo revelou-se um inimigo. É algo com que luto diariamente, mas esta é uma guerra perdida mesmo antes de começar. O tempo é sábio e soberano. Ele sabe o que faz e eu não posso simplesmente contrariá-lo. Se ainda não aconteceu nada, é porque não era o seu tempo de acontecer. Se ainda não tive coragem para lhe contar quem realmente sou, é porque ainda não foi tempo para isso
Falta-me coragem. Falta-me coragem para ser o centro das atenções. Falta-me coragem para sair do escuro. Falta-me coragem, basicamente, para pelo menos tentar ser feliz. E enquanto a coragem parece diminuir, aumenta o desespero. O desespero é um outro grande inimigo meu. Na minha mente nem sequer se coloca a possibilidade de ele não me dar uma chance de lhe explicar tudo, ponto por ponto. Eu desespero pela coragem que se me quer escapar. Desespero por uma oportunidade de provar que o que sinto é verdadeiro e, principalmente, que o que sinto é inocente. Desespero por uma oportunidade de tentar reverter o rumo da situação a meu favor. Mas eu não posso trepar uma parede sem fim. Preciso de algo do outro lado. Preciso que haja confiança por parte dele. Se o Hugo confiasse em mim, ele veria que eu mereço uma oportunidade. E estou a falar de uma oportunidade de fazer parte da vida dele. Eu nunca lhe pedi grande coisa. Às vezes, queria que a minha vida fosse uma cassete e que existisse um botão para rebobinar, de maneira a eu poder modificar certos eventos passados. Mas ninguém pode andar para trás. Passado é passado. A maneira como eu abordei este rapaz, pela primeira vez, não foi a melhor. Hoje admito isso, aqui. Entrei logo a arrasar, a dizer "amo-te" e coisas do género. Assustei-o, afastei-o de mim, sem perceber isso, naquela época. Não me arrependo. Disse o que me ia na alma. Mas a paixão cegou-me e não me deixou ver que aquele não era o caminho certo. Que eu deveria ter seguido por uma via mais branda e segura. Acabei por ser gozado por pessoas próximas dele, a quem ele fez questão de contar. O resultado foi, por assim dizer, desastroso e até hoje não andei um mílimetro sequer em direcção à resolução deste problema, uma vez que o Hugo continua irredutível.
Eu aceito, de cabeça erguida, o cruel destino que Deus me designou. Era e teria que ser assim. E por falar em destino, hoje aconteceu-me mais uma coisa a que me recuso de chamar "coincidência". Como vos disse, eu já sei que ele está a trabalhar/estagiar. Eu não tenho grandes detalhes acerca disso, por razões óbvias, mas se ele está mesmo empregado onde eu julgo que ele está, passei hoje à tarde mesmo lá em frente. Eu ia no carro, com mais duas pessoas (que iam a conversar bastante), e dirigiamo-nos para o centro de Lisboa. Passámos pela Avenida da Liberdade. Eu quando vi o tal sítio, deixei simplesmente de ouvir e não vi mais nada senão aquilo. Lembro-me de dizer para mim "Não acredito que isto me está a acontecer!". Já não me recordava que aquele edíficio se situava ali e foi uma grande surpresa para mim. No preciso momento em que eu estava a olhar para o que me rodeava vejo o edífcio. Eu não queria acreditar! Se ele me despreza assim, porque é que ele está sempre a aparecer-me à frente? Mas que raio de destino é o meu!?
A incompreensão dele choca-me, mas não me surpreende. Eu já lhe pedi para ele se colocar no meu lugar, e eu acho que ele fê-lo. Simplesmente, não adiantou. Não é fácil para uma pessoa aceitar uma outra que aparece do nada. E não é só isso, mas prefiro não enunciar claramente o outro motivo, pelo menos agora, porque ele não é homofóbico. Sei que não. Sinto e vejo naquele olhar que ele não é. Se sentisse que fosse, nunca teria andado com isto para a frente. E no meio deste turbilhão de emoções, e de azar, em que me vejo envolvido, as minhas lágrimas continuam a escorrer pelo meu rosto. Nunca chorei tanto por alguém. Não há truque de maquilhagem que apague o que me vai na alma. Posso tapar este rosto de choro, disfarçar estas olheiras das noites sem sono, mas nada apaga o que sinto cá dentro. Os meus olhos ardem de tanto chorar. A noite para mim é traiçoeira. Ela é calma, mas de repente dá-me um golpe e põe-me a chorar. Quando estou sozinho, como agora enquanto escrevo, é fatal. Não há como escapar.
O Hugo é livre de deixar-me a sofrer até eu não poder mais. Completamente livre. Mas embora eu esteja nesta agonia que me enlouquece, ainda sei que enquanto ele me provoca este mal ele está a fazer-se mal a ele próprio, porque eu, indirectamente, faço parte dele, da vida dele. E isso, nada nem ninguém neste mundo, pode contrariar!
Falta-me coragem. Falta-me coragem para ser o centro das atenções. Falta-me coragem para sair do escuro. Falta-me coragem, basicamente, para pelo menos tentar ser feliz. E enquanto a coragem parece diminuir, aumenta o desespero. O desespero é um outro grande inimigo meu. Na minha mente nem sequer se coloca a possibilidade de ele não me dar uma chance de lhe explicar tudo, ponto por ponto. Eu desespero pela coragem que se me quer escapar. Desespero por uma oportunidade de provar que o que sinto é verdadeiro e, principalmente, que o que sinto é inocente. Desespero por uma oportunidade de tentar reverter o rumo da situação a meu favor. Mas eu não posso trepar uma parede sem fim. Preciso de algo do outro lado. Preciso que haja confiança por parte dele. Se o Hugo confiasse em mim, ele veria que eu mereço uma oportunidade. E estou a falar de uma oportunidade de fazer parte da vida dele. Eu nunca lhe pedi grande coisa. Às vezes, queria que a minha vida fosse uma cassete e que existisse um botão para rebobinar, de maneira a eu poder modificar certos eventos passados. Mas ninguém pode andar para trás. Passado é passado. A maneira como eu abordei este rapaz, pela primeira vez, não foi a melhor. Hoje admito isso, aqui. Entrei logo a arrasar, a dizer "amo-te" e coisas do género. Assustei-o, afastei-o de mim, sem perceber isso, naquela época. Não me arrependo. Disse o que me ia na alma. Mas a paixão cegou-me e não me deixou ver que aquele não era o caminho certo. Que eu deveria ter seguido por uma via mais branda e segura. Acabei por ser gozado por pessoas próximas dele, a quem ele fez questão de contar. O resultado foi, por assim dizer, desastroso e até hoje não andei um mílimetro sequer em direcção à resolução deste problema, uma vez que o Hugo continua irredutível.
Eu aceito, de cabeça erguida, o cruel destino que Deus me designou. Era e teria que ser assim. E por falar em destino, hoje aconteceu-me mais uma coisa a que me recuso de chamar "coincidência". Como vos disse, eu já sei que ele está a trabalhar/estagiar. Eu não tenho grandes detalhes acerca disso, por razões óbvias, mas se ele está mesmo empregado onde eu julgo que ele está, passei hoje à tarde mesmo lá em frente. Eu ia no carro, com mais duas pessoas (que iam a conversar bastante), e dirigiamo-nos para o centro de Lisboa. Passámos pela Avenida da Liberdade. Eu quando vi o tal sítio, deixei simplesmente de ouvir e não vi mais nada senão aquilo. Lembro-me de dizer para mim "Não acredito que isto me está a acontecer!". Já não me recordava que aquele edíficio se situava ali e foi uma grande surpresa para mim. No preciso momento em que eu estava a olhar para o que me rodeava vejo o edífcio. Eu não queria acreditar! Se ele me despreza assim, porque é que ele está sempre a aparecer-me à frente? Mas que raio de destino é o meu!?
A incompreensão dele choca-me, mas não me surpreende. Eu já lhe pedi para ele se colocar no meu lugar, e eu acho que ele fê-lo. Simplesmente, não adiantou. Não é fácil para uma pessoa aceitar uma outra que aparece do nada. E não é só isso, mas prefiro não enunciar claramente o outro motivo, pelo menos agora, porque ele não é homofóbico. Sei que não. Sinto e vejo naquele olhar que ele não é. Se sentisse que fosse, nunca teria andado com isto para a frente. E no meio deste turbilhão de emoções, e de azar, em que me vejo envolvido, as minhas lágrimas continuam a escorrer pelo meu rosto. Nunca chorei tanto por alguém. Não há truque de maquilhagem que apague o que me vai na alma. Posso tapar este rosto de choro, disfarçar estas olheiras das noites sem sono, mas nada apaga o que sinto cá dentro. Os meus olhos ardem de tanto chorar. A noite para mim é traiçoeira. Ela é calma, mas de repente dá-me um golpe e põe-me a chorar. Quando estou sozinho, como agora enquanto escrevo, é fatal. Não há como escapar.
O Hugo é livre de deixar-me a sofrer até eu não poder mais. Completamente livre. Mas embora eu esteja nesta agonia que me enlouquece, ainda sei que enquanto ele me provoca este mal ele está a fazer-se mal a ele próprio, porque eu, indirectamente, faço parte dele, da vida dele. E isso, nada nem ninguém neste mundo, pode contrariar!