Não creio que seja possível amar mais do que uma pessoa, diga-se com uma paixão ardente. Pode gostar-se de uma pessoa, e depois outra, com serenidade, mas sem aquela loucura da paixão. Aquela paixão ardente que se sente uma vez jamais pode ser repetida ou sequer igualada. As pessoas podem namorar, casar, as vezes que quiserem. Mas nada muda esse facto. Pode sentir-se muita coisa por alguém, mas uma paixão avassaladora como a que eu tenho experienciado só se sente uma vez e não se iluda quem ache o contrário. A paixão é um sentimento esquisito, porque ao contrário de todos os restantes, nós podemos sentir paixão por alguém que não nos é próximo e é aí que tudo começa por seguir um mau caminho. No amor, na amizade, e no resto, há proximidade, correspondência e partilha, e na paixão nem sempre isso acontece. E por isso eu digo, a paixão é astuta e maldosa e acho que não faz bem a ninguém. É astuta porque surge do nada, sem que possamos combatê-la; quando a detectamos é tarde demais, ela já nos terá invadido. É maldosa porque dói, porque arde, porque chega ao ponto de nos fazer querer morrer. Dei-me ao trabalho de ir ver a definição de "paixão" no dicionário e saltam-me logo à vista expressões como "afecto violento, amor ardente". Nem pergunto porquê. Eu odeio a paixão e por isso mesmo é que nunca mais me vou apaixonar. Quem puder, que a evite. Não me revejo a gostar de mais alguém assim como aconteceu com o Hugo. Não há qualquer hipótese de isso acontecer. Nenhuma mesmo! E eu não afirmo isto todo contente, até porque eu antes disto invejava os apaixonados e deu no que deu.
Por outro lado, a opinião dos outros faz cada vez menos sentido para mim, muito por culpa da paixão. Os outros estão a perder importância no meu dia-a-dia e já quase não interferem no meu comportamento social, o que me agrada. Afirmei anteriormente que nunca deixei de ser eu por causa de ninguém, embora atendesse muito ao que achavam de mim. Fui sempre eu, ao contrário de muita gente artificial que anda por aí. Posso ser materialista e ter mil e um defeitos, mas fui sempre eu e abraço cada defeito meu. A vida dá voltas, já se costuma dizer. É engraçado, agora não quero nem preciso da aprovação dos outros para me sentir bem. Agora só anseio pela aprovação de uma única pessoa, o Hugo. Não posso deixar de me rir disto, embora devesse é chorar. A minha vida deixou de girar à volta de tudo e todos. Era uma procura doentia pela aceitação do panorama social no geral, eu queria desesperadamente sentir-me pertencente ao todo social. Ao contrário disso, a minha vida passou a girar à volta de uma só pessoa e sinto como se a minha sobrevivência agora dependesse dessa pessoa em particular. A aceitação pelo Hugo é soberana para mim, nesta altura. Podia ter o mundo todo contra mim, mas se soubesse que ele me aceitava, eu estaria bem. É mais ou menos isso. Cada vez mais fico com a certeza de que o encanto do Hugo só poderia ser quebrado quando eu finalmente fizesse parte da vida dele. Não me interessa se a bem ou mal. O que interessa é eu não ser mais ignorado. Prefiro que ele me odeie, que me diga coisas horríveis. Tanto faz. O que preciso mesmo é de significar alguma coisa para ele, e de lhe falar, de o ver por perto. Só assim esta magia poderia desaparecer, que é o que ele quer, eu sei. Enquanto ele estiver longe, eu vou continuar a criar ilusões, na minha mente, por causa deste encanto. Não basta ele desejar-me sorte e querer-me longe. Isso foi ineficaz e esteve muito longe de resultar. Para ele foi fácil, para mim nem tanto. Deus sabe o quanto eu quis respeitar a posição dele, mas ele também não respeitou nada do que sinto. Isto não passou, nem vai passar desta forma. Esta distância e este desprezo não estão a funcionar. Eu ponho-me a imaginar milhões de coisas acerca dele. Não o vejo há tanto tempo, não sei como ele está, não sei em que é que está a trabalhar, não sei se está tudo a correr bem. Sou tão irrelevante! Para ele, eu quis ser o número 1 mas acabei por ser nada. E isto está a destruir-me por dentro e tornou-se insustentável. A minha falta de importância para ele e a minha ausência na vida dele estão a matar-me. Será possível alguém compreender o que estou aqui a dizer? Eu simplesmente não me quero meter no meio da vida dele, sem respeitar o espaço dele e depois fico neste impasse. Estou perdido. Não sei que atitude tomar, falta-me coragem, mas assim também não consigo estar mais.
Por outro lado, a opinião dos outros faz cada vez menos sentido para mim, muito por culpa da paixão. Os outros estão a perder importância no meu dia-a-dia e já quase não interferem no meu comportamento social, o que me agrada. Afirmei anteriormente que nunca deixei de ser eu por causa de ninguém, embora atendesse muito ao que achavam de mim. Fui sempre eu, ao contrário de muita gente artificial que anda por aí. Posso ser materialista e ter mil e um defeitos, mas fui sempre eu e abraço cada defeito meu. A vida dá voltas, já se costuma dizer. É engraçado, agora não quero nem preciso da aprovação dos outros para me sentir bem. Agora só anseio pela aprovação de uma única pessoa, o Hugo. Não posso deixar de me rir disto, embora devesse é chorar. A minha vida deixou de girar à volta de tudo e todos. Era uma procura doentia pela aceitação do panorama social no geral, eu queria desesperadamente sentir-me pertencente ao todo social. Ao contrário disso, a minha vida passou a girar à volta de uma só pessoa e sinto como se a minha sobrevivência agora dependesse dessa pessoa em particular. A aceitação pelo Hugo é soberana para mim, nesta altura. Podia ter o mundo todo contra mim, mas se soubesse que ele me aceitava, eu estaria bem. É mais ou menos isso. Cada vez mais fico com a certeza de que o encanto do Hugo só poderia ser quebrado quando eu finalmente fizesse parte da vida dele. Não me interessa se a bem ou mal. O que interessa é eu não ser mais ignorado. Prefiro que ele me odeie, que me diga coisas horríveis. Tanto faz. O que preciso mesmo é de significar alguma coisa para ele, e de lhe falar, de o ver por perto. Só assim esta magia poderia desaparecer, que é o que ele quer, eu sei. Enquanto ele estiver longe, eu vou continuar a criar ilusões, na minha mente, por causa deste encanto. Não basta ele desejar-me sorte e querer-me longe. Isso foi ineficaz e esteve muito longe de resultar. Para ele foi fácil, para mim nem tanto. Deus sabe o quanto eu quis respeitar a posição dele, mas ele também não respeitou nada do que sinto. Isto não passou, nem vai passar desta forma. Esta distância e este desprezo não estão a funcionar. Eu ponho-me a imaginar milhões de coisas acerca dele. Não o vejo há tanto tempo, não sei como ele está, não sei em que é que está a trabalhar, não sei se está tudo a correr bem. Sou tão irrelevante! Para ele, eu quis ser o número 1 mas acabei por ser nada. E isto está a destruir-me por dentro e tornou-se insustentável. A minha falta de importância para ele e a minha ausência na vida dele estão a matar-me. Será possível alguém compreender o que estou aqui a dizer? Eu simplesmente não me quero meter no meio da vida dele, sem respeitar o espaço dele e depois fico neste impasse. Estou perdido. Não sei que atitude tomar, falta-me coragem, mas assim também não consigo estar mais.
18 de setembro de 2011 às 13:31
Realmente, paixão ardente, avassaladora só se sente uma vez.
Se cuida,
Mércia