Esta quinta-feira, à tarde, vivi um momento surreal. Embora não tenha aula às quintas-feiras, desloquei-me à faculdade (instituição de pós-graduação no caso) para tratar de um assunto. A vontade era nula, ainda por cima estava a chover, mas eu tinha de lá ir. Quando lá cheguei passei-me logo porque a secretaria só reabria às 17 horas. Aquilo foi logo um presságio, julgo eu. Tive de esperar meia-hora e decidi ir para a recepção da biblioteca ou lá o que é aquilo. Basicamente, e passo a explicar, eu estava no sítio que dá acesso às salas de leitura. Toda a gente tem de passar por aquele recinto para ir ou sair dessas salas. Eram quase 17 horas, saí dali e comecei a dirigir-me para a secretaria. Quando vou no corredor, olho para o lado direito e vejo o Hugo, do outro lado, a ir para as escadas. Eu, mais uma vez, fiquei atónito. Ainda por cima ele vinha, nada mais, nada menos, com um dos seus amigos/colegas que, inclusivamente, me ridicularizou (sem sequer me conhecer, obviamente) na época em que eu contei ao Hugo o que sentia. Eu, ali, naquele momento, só pensava no facto de estar a viver tudo de novo. Custou-me mesmo. De mencionar também que se eu tivesse ficado no mesmo sítio onde estava (recepção da biblioteca ou lá o que é aquilo) eles iam esbarrar praticamente em mim. Bem-dita a hora que eu saí dali. Depois de tratar do meu assunto, ainda fui ao centro de fotocópias e fui então embora. Estava a chover horrivelmente naquela altura e eu estava à espera do autocarro. Houve uma parte em que eu olhei para trás e olhei para a porta da faculdade e pareceu-me ele outra vez. Olhei de novo e confirmei que era mesmo. Não sei bem como me senti com aquela tortura psicológica toda. Eu continuava incrédulo. Era a segunda vez que ele aparecia em mais ou menos meia-hora. Mas isto ainda piorou... Ele mal viu o 'nosso' autocarro (isto soa irónico, mas pelos vistos eu uso o mesmo que ele quando quero ir para casa), correu para o apanhar. Eu recusei-me em entrar com ele. Optei por ficar ali fora, à chuva, ao frio. Apanhei o autocarro seguinte. Ele se calhar ainda julga que sou eu que o persigo. Não sei se ele me anda a ler aqui (a minha intuição diz que sim, pelo menos), mas fique bem ciente que hoje fui eu que não quis estar por perto. Expus-me ao mau tempo só para não ter de ir outra vez com ele no mesmo autocarro. Não sei o que se está a passar. Estas situações estão a destruir-me. Isto é surreal, parece um pesadelo.