O labirinto

Dei conta de que a minha vida pode ser comparada a um labirinto. Procuro saídas - soluções - e caminho até as encontrar. Nessa procura deparo-me com obstáculos. Está complicado em sair deste labirinto obscuro e assustador onde não consigo ver a luz do dia. Vivo num labirinto onde a noite e as trevas imperam e estou à espera de ser salvo pela única pessoa que o pode fazer... Este labirinto tem armadilhas, neste labirinto as feras malvadas caçam as presas sem piedade. Sinto-me uma presa que está à mercê do destino - a maior fera de todas. O labirinto em que a minha vida se tornou não tem dó nem piedade.
Quero impor limites quando a minha paixão em si não tem limites. Quero parar, desistir, quando o que quero é lutar, prosseguir até chegar onde quero. Parece que o labirinto em que se tornou a minha vida não tem saída. Eu corro, eu procuro e não a consigo encontrar. Não me consigo livrar disto e enquanto isso fico com medo do que vem a seguir. E como sobreviver a algo assim? A vida sem esperança é viver no inferno. E eu preciso de esperança para viver. Atrás da paixão as pessoas vão cegas. Quando abrem os olhos vêem coisas que não lhes agrada. À conta disso, tive uma das maiores desilusões da minha vida, se não a maior.
Não consigo evitar de me sentir perdedor. Eu já aqui tinha dito que é como se tivesse perdido uma guerra que já estava perdida mesmo antes de começar. A arma que usei foi a sinceridade. Nunca menti ao Hugo. Quis jogar limpo. Não adiantou. Agora, o meu pensamento tem-se centrado em revelar-lhe a minha identidade. Tenho medo. Mas ao mesmo tempo vai ser um alívio, uma libertação. Estou triste porque sinto que isto não vai acabar bem. Eu nunca lhe pedi nada em troca do que sinto, só diálogo. E se ele não me consegue dar isso, não posso evitar de pensar que isto não vai correr bem. Espero estar enganado. É frequente as pessoas compararem a vida a um jogo. As coisas podem não estar a correr bem e de um momento para o outro vira-se o jogo e até que se vence-o. Será a minha vida um jogo?
O que me resta fazer é continuar à procura do Hugo neste labirinto aparentemente sem saídas. E não preciso somente de esperança para continuar. Preciso de força e coragem e essa é a parte mais difícil.

4 Response to "O labirinto"

  1. Cisco Says:

    Absorve a força dos outros como se fosse a tua :]

  2. Miguel Says:

    Seria bom se assim fosse, Cisco. As poucas pessoas a quem contei, não sabem mais como me apoiar. A força que me transmitem parece que se perde no meio do caminho. Ainda assim, obrigado pelo teu incentivo.

  3. Cisco Says:

    Toda a gente tem força, mas é preciso chegar a ela.

  4. Miguel Says:

    Sim, mas uns têm mais do que outros e eu não pertenço a esse grupo, com certeza. A força que me resta é para fazer aquilo que sinto que me resta fazer: contar-lhe tudo o resto.
    Obrigado mais uma vez, Cisco.