O cometa

Começo a sentir-me deprimido outra vez e já lá vai o Natal. E não, ainda não contei. Senti um impulso enorme ontem, mas sempre que chego à página do Hugo começo a ficar mal disposto, entro em pânico. É uma sensação que nem sequer gosto de me lembrar.
Sou um cometa que anda de um lado para o outro e nunca se sabe ao certo por onde vai passar. Quero fazer uma coisa, mas faço outra. Sinto uma coisa e digo aos outros que sinto outra. Estou cada vez mais sem rumo, sem direcção definida.
Sou um cometa que parece perder o brilho à medida que se afasta - quando me afasto do meu objectivo. E é isso mesmo que sinto: a perder a luz, a claridade, a cor. Em vez disso, devia iluminar-me, sair da escuridão, ir para onde devo estar, deixar de andar às voltas. Mas tomar essa atitude não é fácil. Não é fácil sair da escuridão e de repente ter todos os holofotes apontados a mim. Chamar a atenção dele sempre foi o que eu quis, mas de alguma maneira isso assusta-me. Talvez porque haja outros factores à volta disso. Sei que mesmo que peça para ele não contar a ninguém próximo, ele irá fazê-lo e isso pode afectar-me. A humilhação é tudo o que menos preciso agora e temo que eu venha a fazer alguma coisa impensada por causa disso. Mas não posso pensar mais nisso. Preciso de me concentrar, porque o cometa a uma hora vai ser visto. Espero ansiosamente pelo próximo impulso para acabar com esta agonia que até já me conplicou a saúde.

Mais de 1000 visitas

Quando comecei este meu blogue pessoal nunca sequer pus a possibilidade de que seria lido por centenas de pessoas. Para mim é uma grande surpresa e uma satisfação, ao mesmo tempo. Saber que há centenas de pessoas que se interesseram ou preocuparam ou que simplesmente se sentiram curiosas acerca do que se passa comigo para mim é muito gratificante. Até Agosto eu chorava e sofria em silêncio, em plena solidão. Agora posso dizer o que sinto sempre que quiser e ainda sei que alguém está a ler-me e vai saber isso.
Obrigado a todos aqueles que me apoiaram, me incentivarem e que acreditaram em mim. Obrigado a todos os presentes no momento menos feliz da minha vida. Obrigado.

Miguel

O meu fogo de artifício

Quinta-feira, dia 23 de Dezembro. A semana decorre com calma. É provavelmente a semana menos melancólica dos últimos meses. Desde a minha decisão sinto-me mais leve e também mais pensativo e abstraído. Na verdade, sinto pavor do que vou fazer e o Natal está a chegar. Mas o peso em cima de mim já estava insuportável. Não consegui carregá-lo mais. E embora o Hugo tenha me dito que era melhor não saber quem eu era, na única vez que me falou, é o que irei fazer. Não posso prejudicar-me assim. Não acho certo. Não vejo mais motivos para me esconder. Mereço, como qualquer outro amigo que ele preza, ser alguém na vida dele. A minha mente está finalmente limpa das porcarias que pensei meses a fio. Não sinto mais culpa. Aceitei a realidade tal como ela é. Mas além do pavor que tenho de lhe contar, há um factor ainda mais profundo no meio disto tudo. A desilusão, que me tem ameaçado. Não quero que ele me desiluda com nenhuma atitude insensata, mesmo sabendo que acaberei por perdoar-lhe tudo. Desejo que ele consiga pensar pela cabeça dele, sem influências de outrém, sem a maldade alheia. Se ele assim o fizer, irá conseguir aceitar-me e mudar a opinião a meu respeito.
Ele precisa de entender de uma vez por todas que eu não escolhi isto. Nem escolhi ser assim. Será que tenho de ser punido por algo que nunca controlei e que me ultrapassa? Verdade seja dita e tenho de estar ciente...A minha tarefa não é nem nunca foi flor que se cheire. Tenho cerca de 5 a 10% de hipóteses de conseguir chegar perto dele e essa escassa percentagem pode representar pena. E a pena dele não quero, de modo algum. Não o posso obrigar a aceitar-me, mas posso fazê-lo ver a verdade dos factos. Não quero pensar no futuro, que me assusta. Quero pensar no presente e no que tenho de fazer para me sentir melhor.
Senti-me, vezes sem conta, um castelo de cartas a um sopro de desmoronar, um desperdício de espaço, um saco plástico a flutuar no ar. Até cheguei a pôr em causa a minha existência e arrependo-me um bocado disso, já que a vida é tão curta e mal aproveitada. A minha vida tornou-se uma noite eterna, uma escuridão sem fim. Ele é o fogo de artíficio que me ilumina nessa escuridão. E eu preciso desse fogo de artíficio para colorir a vida cinzenta que tenho tido. Se existir uma faísca, há uma chance. Preciso urgentemente de luz e cor e de transformar a tempestade em arco-íris.

200 KM/H em linha recta!

Terça-feira, dia 21 de Dezembro de 2010. Finalmente, pus na cabeça que vou-lhe contar... O Natal será ou não uma boa ocasião? Não sei. Mas isto tinha de ser feito e foi agora que me senti mais capaz para fazê-lo. Esta noite até sonhei que já o tinha feito tal é a ansiedade. Já aqui disse e repito: quero ser alguém de carne e osso na vida dele, cansei-me de ser um espectro. Quero representar algo na vida dele, quero ser importante para ele. Desespero por isso. :( Esconder-me atrás de uma cortina de anonimato nunca me vai permitir isso.
Desde esta decisão sinto-me a acelarar numa linha recta em direcção à meta que quero alcançar, sem tempo para pensar em mais nada ou ver à minha volta o quer que seja. Estou em alta velocidade em busca do meu sonho, em direcção à pessoa que me faz sentir mil e uma coisas. Se tenho medo disso? Claro que tenho. Honestamente, a ideia assusta-me. Mas é aquilo que tenho de fazer para retirar este peso de cima de mim.

Ciúmes, materialidade vs afecto, erros

Domingo, dia 19 de Dezembro de 2010. Não há forma de afastar a minha tristeza quando todos parecem ser importantes para ele menos eu. É inútil tentar. Porque é que o Hugo faz tanta questão de me deixar a mim de lado? Só queria que isto fosse mentira, que não fosse real, para não ser magoado desta maneira. Obter a consideração e a atenção dele parece ser a tarefa mais árdua a que me propus. Outro problema que atravesso são os ciúmes que sinto dele. Vê-lo com todos os amigos não me incomoda, fico feliz que ele tenha pessoas com quem possa contar. Mas sinto ciúmes da atenção que todas essas pessoas conseguem dele enquanto eu não consigo sequer um simples "olá". Isso deixa-me extremamente abatido. Saber que ele sai e diverte-se com aquela gente toda, provavelmente nos mesmos exactos momentos eu que eu deito lágrimas e mais lágrimas por ele. Porém, não estou a queixar-me, nem poderia. Esta foi a tarefa que designei para mim. Sou o responsável por ela. Resumindo, fui eu que me apaixonei.
Fui e sou uma pessoa mimada. Sempre me deram tudo aquilo que quis. E agora vem aí o Natal e eu sem espírito nenhum. Presentes não me interessam mais. Os bens materiais perderam o significado para mim. Roupas e calçado de marca, perfumes caros, cosméticos, tudo deixou de ter importância para mim. Outrora, eram a minha vida. Só queria que os meus pais (cada um no seu lado, como já aqui disse) percebessem que só os bens materias não me fazem feliz. Que por mais que me dêem tudo, isso não me faz feliz. Eu tenho tudo e não tenho nada, eu tenho bens mas não o afecto de quem quero.
A minha vida estagnou. Procuro uma forma de a reanimar, quando a única forma que encontro não está ao meu alcance. Eu parei de me culpabilizar por me ter interessado em alguém que não sabe gerir a situação, que foge de mim e que não me compreende. Mas não posso deixar de admitir que errei. Que quem começou esta confusão toda fui eu e apenas eu. Mas como qualquer outro ser humano, errar faz parte do meu quotidiano. Não que a minha paixão em si seja um erro. Mas as circunstâncias que a envolvem são. Honestamente, saber que ele não cede um milímetro há meses assusta-me. Depois de tudo que lhe confessei, não sei mais o que o pode comover. Não sei mesmo. Estou num fogo cruzado onde não sei para onde me virar. Não quero parar, mas também não sei para onde ir. Pedi-lhe mais do que uma vez para ele se colocar no meu lugar, mas acho que ele ainda não conseguiu.

Num mar de pensamentos

Sábado, dia 18 de Dezembro de 2010. A minha mente mergulhou num mar de pensamentos. Torna-se quase impossível concentrar-me no quer que seja actualmente. Sinto cada cez mais vontade e necessidade de escrever sobre o que passa comigo. Aquilo que sinto pelo Hugo é cosmológico. Ele é o meu 1 num milhão. Não tem explicação. Não há teoria que possa explicar. E isto não é uma brincadeira, como ele primeiramente pensou. Antes fosse. É provavelmente a maior prova de fogo da minha vida. Eu luto e luto e luto na esperança de chegar onde quero, mas não depende só de mim. As interrogações multiplicam-se à medida que o tempo passa...Será que vale a pena tudo o que me está a acontecer? Será que há uma recompensa à minha espera? Será que depois da tempestade vem a bonança? Por outras palavras, será que um dia ele aceitar-me-á tal como eu sou, sem preconceito, e tirar-me-á deste sofrimento que me mata lentamente?
De Janeiro a Maio tive medo de nunca arranjar forma de lhe contar o que sinto por ele. De Maio a Dezembro sinto medo que ele nunca me venha a comprender e a aceitar. E isso está a incomodar-me consideravelmente. Com o passar do tempo, sinto-me cada vez mais vazio, incompleto e cansado. Posso estar num sítio com 500 ou 1000 pessoas, sentirei-me sempre dessa forma. E garanto que isso não é, nem de perto, agradável. É muito doloroso para mim sentir-me incompreendido, sentir-me deslocado do todo. Sinto-me dentro de uma bolha a sufocar no meio de uma multidão que não irá sequer imaginar minimamente o que se passa comigo. Sinto-me suspenso no ar. Lembram-se de ter mencionado o facto de dar dois passos para a frente e três passos para três na linha interminável? Neste momento estou suspenso no ar, sem conseguir fazer nada, sem conseguir prosseguir.
Tenho medo de pedir ajuda e de ele não me acudir. É esse o meu maior medo. Acho que poderia dar alguma cor à vida dele, dar-lhe diversidade. Sei que não lhe causo repulsa mesmo encontrando-me ainda no anonimato, sei que represento um dos maiores mistérios da sua vida, talvez o maior. Cada vez mais preciso e anseio pela sua aprovação. Pela sua permissão. De certa forma, entrei na vida dele sem licença. Invadi o espaço dele, embora não o tenha feito por mal, como é lógico. Nem precisaria de dizer isso, nesta altura do campeonato.
Os meus pensamentos continuam a fluir quando o fim parece estar cada vez mais longe...E eu cada vez mais sozinho.

Da opção à obrigação

Dia 16 de Dezembro de 2010. Mais um dia deprimente, um de tantos numa semana melancólica. Se eu pensava que andava triste nos últimos meses, então é porque ainda não tinha chegado a este ponto. Isto é que é realmente estar triste. Antes de sair de casa, para mais um dia na atribulada cidade de Lisboa, tive de chorar. Deu-me vontade e deixei as lágrimas cair. Agora raros são os momentos em que o Hugo não está no meu pensamento. Em vez disso me fazer sorrir, faz-me chorar porque apesar de eu estar meio afectado psicologicamente, ainda consigo ver que as coisas não têm tomado o seu melhor rumo e se calhar a culpa também é minha. Faculdade, jantar no centro comercial (onde tive outro ataque de ansiedade), vinda para casa. Continuo na mesma. Há bocado, estava aqui no computador e vi uma foto dele e deu-me vontade de ver, mesmo que isso já não me faça bem. Olhei, sorri, e sem vergonha confesso, que lhe dei um beijo no rosto. Nunca o tinha feito. Ficou a marca no visor por eu estar a usar protector de lábios. Depois, fui para a varanda contemplar as estrelas e enquanto ouvia isto chorei.
O mundo desabou em cima da minha cabeça. Parece-me tudo tão errado. Está tudo mal. A minha vida simplesmente não tem sentido. Folgo em saber que ele está bem. Ainda assim, tenho esperança de que ele não se esqueça de como estou. Mesmo estando mal assim, preocupo-me com ele e com os meus amigos. Isto porque pus sempre os outros à minha frente. Acho que vou ser sempre assim, embora numa tentativa de emancipação nunca o demonstre. Continuo a ser uma pessoa responsável e ambiciosa, mas faço o que tenho a fazer sem gosto nenhum. Essa é a grande diferença desde há um ano para cá.
Estou a ficar obcecado com a hipótese dos amigos dele me chatearam após eu contar-lhe quem realmente sou e sinto muito medo disso. Pensei nisso enquanto estava na varanda. Vou implorar-lhe que não conte a ninguém e que não me cause mal algum. As razões são óbvias: eu estou longe de ser um inimigo. Eu quero e tenho de fazer isto. Já não se trata de uma opção, mas de uma obrigação. Agora é só uma questão de tempo. Vou continuar e vou insistir nisto, mesmo desaconselhado a fazê-lo. Todos estão com o coração no sítio certo e sei que querem o meu bem. Não vou defendê-lo ou descupabilizá-lo. Eu sou ao primeiro a repudir as suas atitudes. Mas eu sei que este rapaz tem um bom íntimo, que é uma pessoa bondosa e culta. Eu sei, eu sinto. Eu não inveitei isso. Eu nunca me apaixonaria por alguém reles e vil. Eu estive a minha vida toda na defensiva a impedir isso. A minha vida foi e é uma constante luta nesse sentido (manter-me longe de gente que não presta). Noutras palavras, briguei contra o destino para evitar desilusões amorosas. Mas ele é diferente. Foi impossível não cair de amores por ele. E por isso mesmo tenho de continuar, ver onde consigo chegar, por mais que me custe, como já está a custar. Ele não tem agido bem comigo (não vou minimizar o que ele me fez), dizendo que era melhor não falarmos, etc. Mas nunca me tratou mal. E nada na vida é entregue de mão beijada. Se uma pessoa não vai à luta não conquista nada. Eu morreria velho se ficasse à espera dele. Se fui eu que me apaixonei, sou eu que tenho de me esforçar e fazê-lo ver o quanto ele está errado e enganado em releção a mim. Até ele ter a mente limpa da homofobia alheia (nomeadamente dos amigos e, no geral, do ambiente social onde se insere) a minha missão é transformá-lo numa pessoa ainda melhor, não só porque gosto dele, mas porque ele merece.

A desesperar...

Quarta-feira, dia 15 de Dezembro. Seguramente, um dos dias mais tristes de toda a minha vida. Os sintomas são de alguém com depressão, mas recuso-me aceitar essa realidade. Estou imerso num mar de emoções, actualmente. Medo, angústia, desilusão, tristeza, sofrimento, paixão, desconfiança.
A tarde passada, às voltas no Facebook, acabei por dar com a página do Hugo. Eu jurei que não iria lá novamente até ao momento da revelação. Acontece que vi a foto dele noutro perfil e não resisti. Ele está estonteantemente bonito. Ainda acredito e quero acreditar que essa beleza física se reflecte no interior, no caso dele. Depois de ver aquilo tudo, os amigos dele, fiquei em baixo. Não sei explicar. Senti-me uma carta fora do baralho. Senti que não pertencia ali, que não tinha o direito a estar ali, que se quiser entrar ali à força (na vida dele) vou dar-me mal, que vou ser humilhado. Tenho essa sensação que me tem apoquentado há já um bom tempo. Saí dali e fui para o WC da faculdade chorar. Ali fiquei um tempo, com a porta fechada, a chorar em silêncio. Foi um dos momentos mais decadentes da minha vida e junta-se ao episódio em que chorei às escuras nas escadas do prédio, há uns meses atrás. Já são vários (amigos mais próximos e outras pessoas com quem partilhei a minha história via internet) aqueles que me dizem não posso permitir ser desprezado assim por alguém, para saltar fora, etc. Quem me dera que as coisas fossem assim tão simples. Eu não posso desistir de alguém que já faz parte de mim. Não consigo. A verdade é: o Hugo não é má pessoa como ele quer fazer transparecer. Talvez a frieza que ele adoptou em relação a mim foi uma forma de ele me ter longe por não saber lidar comigo ou por ter vergonha. Não creio que o tenha feito por maldade ou intenção. Ele não me parece ser assim. Creio que o meio social onde ele se insere exerce alguma influência negativa sobre ele mas não vou aqui atacar ninguém. Ele tem o direito a ter como amigos quem ele quiser. Acontece que isso está a impedir-me de aproximar. Parece que tenho um muro enorme para saltar. A dificuldade em pulá-lo chama-se vergonha. Tenho medo de ser julgado e gozado. Preferia que ele guardasse para ele tudo o que ainda lhe irei contar. Receio um pouco que ele não o faça, apesar de confiar nele cegamente, como já lhe disse anteriormente.
Ele parece-me irredutível, não se comove com nada do que eu digo (pelo menos não quer mostrar isso). Eu pergunto-me que mal terei eu feito para merecer um castigo destes? Eu apenas gosta dele e nada mais. Será que isso causou uma confusão grande dentro da cabeça dele? Porque é que estou a ser castigado assim só porque amo? Amar é diferente de odiar, e no meu caso parecem, ironicamente, representar a mesma coisa. O meu maior presente de Natal seria a amizade dele. Uma noite destas sonhei que ele me tinha ligado para irmos ao cinema. Uma coisa simples, com que sonho desde que me apaixonei. Ele nem sequer imagina isso. Tenho esperanças que ele leia isto só para saber das minhas verdadeiras intenções. Entretanto estou a desesperar. Não encontro a luz ao fundo do túnel. Pelo que vi e li ele parece-me bem e feliz. É pena que mesmo sabendo que eu estou de rastos não me ajuda, por orgulho ou seja lá o que for. :'( Esta situação está a destruír-me e isto que digo é muito sincero.

O meu limite...

O fim-de-semana passado não poderia ter terminado da pior forma para mim. No sábado saí à noite como já não fazia há muito tempo até consegui divertir-me por umas horas. Mas no domingo as coisas não correram bem. Passando a explicar propriamente, senti-me mal fisicamente. Deu-me um ataque de nervos, pulsação fortíssima, batimento cardíaco irregular, palpitações. Não fui capaz de controlar. Estava disposto a ir para o hospital porque realmente não sabia o que se passava comigo. Fui-me vestir e calçar. Preparei-me para ir. Naquela hora estava em pânico, mas nunca deixei de pensar no motivo. Com o passar das horas, acalmei-me e fui reflectindo no sucedido. Ainda há bocado tive um mini ataque de nervos. Fiquei com a sensação de que o meu mal-estar psicológico passou a ser um mal-estar físico, ou melhor, fundiram-se. Após uma grande reflexão retiro disto algo muito simples: não sou de ferro, tenho limites como qualquer um. Ando a adiar o que tenho mesmo de fazer para me libertar, para viver em paz comigo. Sufoca-me, consome-me querer contar ao Hugo o que falta e não conseguir. Isso deverá ter despoletado em mim efeitos indesejados.
Há uns tempos disse que vou caminhando numa linha interminável, mas não. Ela tem fim. No final desse caminho avista-se um abismo. E se eu insistir em prosseguir perco-me na escuridão desse abismo. Mal consigo ver o outro lado. Quer isto dizer que há limites em tudo na vida. Eu não sou indestrutível, não sou capaz de aguentar tudo. Sou uma pessoa comum, com sentimentos e fraquezas. Pensei que aguentaria, mas enganei-me. O destino encarregou-se de me impôr um limite, mesmo quando a minha paixão não tem limites. Não posso ir muito mais longe do que isto. E não há escolhas. Só há um opção que já aceitei, pelo meu próprio bem. Esconder-me, virar as costas ao problema só me iria fazer pior.

O meu anjo imperfeito

No passado sábado à noite fiquei em casa e ali estava eu, à lareira, sozinho. Chorei muito, demais até para o meu gosto. Enquanto via a lenha arder, percebi que existe uma analogia entre o fogo e a minha vida. Sinto-me como lenha a arder, a ser consumida pelo forgo ardente que é a implacável vida, até que me transformo em cinza. Sinto um cansaço enorme, emocionalmente e mentalmente. O meu grande problema não foi a minha paixão não correspondida. Foi a forma como lidei com isso. Vivi demais este sentimento, pensei demasiadamente no Hugo. Dei-lhe precepitadamente o meu coração e ele atirou-o fora e nunca devia ter permitido isso. Simples como isso. Porém, a gravidade da situação vai mais fundo do que isto. Com esta rejeição e com este silêncio em que ele se protege, fiquei a pensar que não valho nada como pessoa. Desde muito pequeno que sofro de uma disfunção em termos de identidade de género. Não nasci propriamente como queria. Mas fui-me aceitando ao longo da minha adolescência, com alguma homofobia pelo meio. Escondi-me atrás da vaidade, protegi-me tentando sempre ser melhor do que todos no que fazia. Foi uma forma que encontrei para não me sentir rebaixado e nunca ser humilhado por ser assim. Ao ser desprezado pelo Hugo, pelo simples facto de ser quem sou, de ser assim, senti-me altamente afectado. Dói-me a alma desde então. Ele não me quer por perto, nem sequer como amigo, por eu ser um rapaz que o adora perdidamente e isso está a destruir-me. A minha auto-estima esvanesce-se. Eu não escolhi ser assim. Nasci assim. Segundo os/as poucos/as amigos/as que tenho aparentemente não há nada de errado comigo ainda que eu mesmo acredite pouco nisso. Já não consigo acreditar. Não lhe causei qualquer mal para ele me tratar com tanta indiferença e frieza, mesmo sabendo que eu gosto tanto dele ele prefere ignorar-me. É a escolha dele. Tenho de aceitar, por mais que me doa. O mundo é um lugar maluco no qual nunca saberei viver. As pessoas não sabem como lidar umas com as outras. Preferem confreternizar com os inimigos, fazer amizade com pessoas falsas, enquanto desprezam quem realmente gosta delas. De alguma forma, o meu caso encaixa-se aí. Admito que o Hugo é uma das pessoas mais sortudas de que tenho conhecimento. Eu estou longe disso, pois nunca terei ninguém que goste tanto de mim como eu gosto dele.
Há poucas coisas boas a retirar disto tudo, mas há. O Hugo despertou-me. A certo ponto, tive vontade de viver para lutar por aquilo que queria. Nunca tinha sentido algo tão frenético em 22 anos. Ele também fez-me sonhar, imaginar como nunca antes. Nos meus sonhos, fui livre, fui eu. Nos meus sonhos tive-o ao meu lado, a apoiar-me e eu a ele. Fomos cúmplices, amigos verdadeiros. Nos meus sonhos ele pediu-me perdão por tanto sofrimento que me causou, por tantas lágrimas que me fez chorar. Nos meus sonhos ele confessou-me os seus medos e angústias. Nos meus sonhos eu perdoei-o e ajudei-o. É duro aceitar-se a realidade tal qual como ela é, quando nos sonhos tudo é maravilhoso. O Hugo é o meu anjo imperfeito. Imperfeito por ter defeitos como todos nós; um anjo que eu sei que não me quer mal, que pensa de vez em quando em como eu sou um figura enigmática na sua vida, um anjo que se esforça para me compreender e não me fazer sofrer. O tempo urge. O que me resta fazer é contar-lhe quem sou (como já aqui tinha referido), na esperança de que olhando para mim, um dia, ele finalmente me compreenda.

A libertação

Nestes últimos dias fechei-me muito, afastei-me ainda mais de tudo que me rodeia, fingi estar dentro de uma bolha e dessa forma sentia-me imune a tudo o que me aconteceu. Mas hoje a bolha rebentou e eu fui-me fortemente abaixo, chorei demasiado e num ataque súbito de raiva "ataquei" o meu quarto. Para mim é cada vez mais evidente que estou a precisar de apoio psicológico especializado. E cada vez que penso que já chorei às escura em vãos de escadas, que já tomei comprimidos e que já descarreguei em objectos materiais fico ainda com mais certeza disso.
Isto que me tem acontecido ultimamente são efeitos colateriais da falta de determinação que me tem invadido. Eu quero contar ao Hugo o que resta saber (a minha identidade), mas não consigo. O medo da rejeição, o ódio que posso despoletar nele, o preconceito que o rodeia tanto a ele como a mim, bloqueiam-me as emoções e os sentimentos, principalmente a coragem. Estou a sofrer. Sofro porque sei que é a única coisa a ser feita e porque não estou conseguir concretizá-la. Sinto-me só. Não posso contar com mais ninguém, só eu posso fazer isto e quem me ajudou foi um ombro amigo do qual não posso abusar mais. Adormeço a pensar no assunto, sonho com ele e acordo a pensar no assunto. Vivo num autêntico inferno. Sinto-me a queimar a cada dia. Cada dia que passa sem eu lhe contar é mais um bocado de mim que arde. A minha verdadeira intenção em revelhar-lhe a minha pessoa tem um motivo muito forte por trás: eu já não aguento viver na escuridão do anonimato. Não consigo viver mais assim. Ele precisa de saber quem eu sou, mesmo que em outra ocasião me tenha dito que não quer. Eu não o quero desrespeitar, desiludir ou enraivecer, mas eu preciso de fazer isto. Não suporto viver mais nas trevas. Quero representar algo na vida dele, algo a sério, substancial. Não posso ser mais uma assombração. A minha imagem precisa de ganhar forma. É isso que eu pretendo. Contudo, nada me garante que resulte nalguma coisa. Não é que eu queira muito. Diálogo por si só, para mim, já seria compensador. É um sonho que parece estar tão longe da realidade. Uma coisa tão simples e tão complicada, ao mesmo tempo. Ele defende-se numa muralha de silêncio e só Deus sabe o que ele pensa de mim. Enquanto isso, eu vou tentar saltar essa muralha e do outro lado não sei o que me espera. Espero que ele me perdoe esta "perseguição" e que um dia compreenda. Apetece-me somente chorar à sua frente, sem grandes conversas. As minhas lágrimas explicam muito mais do que qualquer palavra, no momento. Espero que um dia ele queira alguém que gosta tanto dele por perto, nem quee seja como amigo. A revelação vai ser um grande passo para mim. Vai ser uma libertação, aliás. A libertação que tanto procuro, há meses.

A identidade

Ultimamente, não tenho pensado noutra coisa senão em contar ao Hugo quem sou. Sinto cada vez mais a necessidade de lhe contar. Comm isso espero representar alguma coisa na vida dele, ser alguém, ganhar forma e deixar de ser uma assombração que é o que sinto que fui até agora. Até agora fui uma espécie de espectro, um figura sem forma. Acho importante fazer isto. Acho crucial, aliás. Ele não queria saber quem eu era, terá lá as suas razões. Mas eu pensei: depois disto tudo, não faria sentido não desvendar a minha identidade. Não espero que ele me reconheça à primeira. Foram bastantes as vezes que nos cruzámos, mas eu fui somente um estranho. Agora, ele saberá o meu nome, verá o meu rosto e saberá de quem se trata realmente. Vou sentir um alívio ao fazê-lo, porém sinto também medo. A minha vontade de lhe contar quem sou tem superado esse medo, mas de vez em quando enfraquece. Tive de me convencer de que não há nada certo ou errado. A vida é um caminho. Sigo o meu coração e ele leva-me onde eu devo estar. Quero recusar-me a acreditar no destino. Penso que temos de ser nós a escolher o nosso próprio caminho. Quero batalhar pelo que anseio. Não sei como a minha vida irá mudar com o passar do tempo, com o caminho que escolhi, nem como mudarei a vida de alguém, neste caso a do Hugo. Quero apenas fazer aquilo que acho que tenho de fazer.

O labirinto

Dei conta de que a minha vida pode ser comparada a um labirinto. Procuro saídas - soluções - e caminho até as encontrar. Nessa procura deparo-me com obstáculos. Está complicado em sair deste labirinto obscuro e assustador onde não consigo ver a luz do dia. Vivo num labirinto onde a noite e as trevas imperam e estou à espera de ser salvo pela única pessoa que o pode fazer... Este labirinto tem armadilhas, neste labirinto as feras malvadas caçam as presas sem piedade. Sinto-me uma presa que está à mercê do destino - a maior fera de todas. O labirinto em que a minha vida se tornou não tem dó nem piedade.
Quero impor limites quando a minha paixão em si não tem limites. Quero parar, desistir, quando o que quero é lutar, prosseguir até chegar onde quero. Parece que o labirinto em que se tornou a minha vida não tem saída. Eu corro, eu procuro e não a consigo encontrar. Não me consigo livrar disto e enquanto isso fico com medo do que vem a seguir. E como sobreviver a algo assim? A vida sem esperança é viver no inferno. E eu preciso de esperança para viver. Atrás da paixão as pessoas vão cegas. Quando abrem os olhos vêem coisas que não lhes agrada. À conta disso, tive uma das maiores desilusões da minha vida, se não a maior.
Não consigo evitar de me sentir perdedor. Eu já aqui tinha dito que é como se tivesse perdido uma guerra que já estava perdida mesmo antes de começar. A arma que usei foi a sinceridade. Nunca menti ao Hugo. Quis jogar limpo. Não adiantou. Agora, o meu pensamento tem-se centrado em revelar-lhe a minha identidade. Tenho medo. Mas ao mesmo tempo vai ser um alívio, uma libertação. Estou triste porque sinto que isto não vai acabar bem. Eu nunca lhe pedi nada em troca do que sinto, só diálogo. E se ele não me consegue dar isso, não posso evitar de pensar que isto não vai correr bem. Espero estar enganado. É frequente as pessoas compararem a vida a um jogo. As coisas podem não estar a correr bem e de um momento para o outro vira-se o jogo e até que se vence-o. Será a minha vida um jogo?
O que me resta fazer é continuar à procura do Hugo neste labirinto aparentemente sem saídas. E não preciso somente de esperança para continuar. Preciso de força e coragem e essa é a parte mais difícil.

O controlo foi-se

Cheguei a casa arrasado na noite de quarta-feira. Tinha jantado sozinho no C.C. Colombo, Lisboa. Andei por lá, vi umas lojas. Eu costumava ser um consumista de primeira, não sei se já aqui referi a minha futilidade... Eu estava ali, mas ao mesmo tempo a quilómetros de distância. Vinha tão triste do shopping e assim que entrei em casa comecei a chorar. Estava ali sozinho, desamparado. Precisei tanto daquele abraço, não tinha ninguém para mo dar. Impulsivamente, tomei um Xanax XR - um tranquilizante poderoso de efeito prolongado. Passadas poucas horas deu-me um sono terrível e lembro-me de adormecer com lágrimas no rosto. Se esta é a minha guerra, tenho de lutar com as minhas armas. Esta foi uma das que encontrei. Não é uma das melhores, mas foi a que se arranjou. O peso que eu carregava começava a ser pesado demais para mim. Se ele não se rala, porque hei-de eu ralar-me? Sinceramente, não me interessa mais se chegou o meu fim.
Na quinta-feira, acordei super desorientado. Dormi quase 12 horas, acredito que tenha sido por causa do comprimido. Sob o efeito do Xanax XR ando cá e lá. Ainda assim, isto não me tem impedido de chorar, que já é uma constante na minha vida. Nunca imaginei tomar uma coisa destas por causa de alguém. Eu acredito piamente que contar-lhe o que sinto foi uma forma de libertação, mas isso trouxe-me tantos dissabores. Eu não lido bem com a rejeição. Ele foge de mim como se eu fosse um cão raivoso. Sinto-me um lixo, um estorvo na vida dele. E quero ir mais além, mas tenho medo. Quero tanto revelar-lhe a minha identidade, mas o receio de represálias é enorme. No caso de ele contar aos amigos, será a minha capitulação. É como se eu estivesse acorrentado, e fosse caminhando no corredor da morte, em direcção à fogueira. Estarei prestes a ser julgado como um criminoso por simplesmente amar? Será essa a minha pena capital?
E chegou a hora de assumir algumas coisas. Estou farto de dizer isto aqui, mas o ser humano tem direito a errar. E eu, como qualquer um, errei vezes sem conta. Chateei amigos com este assunto; afastei-me de uns tantos e deixei de estar com eles em algumas ocasiões por me sentir em baixo por causa disto; envolvi uma pessoa que sabia que o conhecia e que sabia que me podia oferecer informações a respeito dele; segui-o numa noite em que nos cruzámos, por acaso, a fim de saber mais ao menos onde ele mora; destruí objectos em casa mais do que uma vez...uma série de coisas. Estou tão envergonhado e arrependido do que fiz. Sei que não sou obcecado e que é fácil alguém pensar isso de mim, mas só alguém numa posição semelhante à minha me irá entender. Não consigo assimilar sequer o que me está a acontecer. O silêncio dele está a destruir-me, a corroer-me por dentro. Infelizmente, é algo com que lido há já uns bons meses. O facto do Hugo não me ter agradecido os parabéns mostra bem o quanto ele me despreza. Na certa, algumas das pessoas que ele considera amigos importantes esqueceram-se da data e eu, o lixo com quem não há diálogo algum, lembrei-me e fui humilhar-me mais um bocadinho. Com isso eu vivo bem. Eu acho que mais do que a mim, a quem ele está a prejudicar mais é a ele próprio ao afastar uma pessoa que é tudo menos um inimigo - eu. Eu daria tudo para ter alguém na minha vida que me fosse tão leal e me quisesse tanto bem. Parece que isso não lhe interessa. Eu fui e sou um acessório descartável para ele. Na única vez que me falou disse que preferia nem saber quem eu era. Daquela frase retirei duas conclusões: uma, que a minha existência é inútil para ele; outra, que não tenho o direito de gostar dele pelo simples facto de ser quem sou: um rapaz. Não tive hipóteses de me expressar, de me explicar, nada. Garanto-vos que isto tem-me feito um mal incalculável. Comecei a odiar-me. Odeio-me. Odeio o que sou, como sou, no que me tornei. Deve ser em mim que algo está errado. Não consigo viver assim. Não quero. Nem vou. E agora nunca o vejo. Ele já não frequenta a mesma faculdade que eu. O único contacto visual que eu tinha era lá e agora sinto um vazio tão grande. Aqueles corredores, aquelas salas, tudo está cheio de lembranças.
Não é uma coisa que me dê prazer, mas começo a gostar de antidepressivos, pelo menos do efeito deles. Ando a alternar entre Xanax e Triticum. Não me interessa mais se me fazem bem ou não. São o meu refúgio. Ninguém se importa com o que eu sinto. Toda a gente à minha volta pensa que eu estou sempre bem, que passo 24 horas por dia a rir. O Hugo? O Hugo não faz ideia da dimensão do que eu sinto. Ele deve pensar que isto é passageiro. Na volta, ainda pensa que isto é um distúrbio da minha cabeça, que eu sou doido. Oxalá eu fosse. Era sinal de que eu era incapaz de gostar a sério de alguém como gosto dele. O efeito destes comprimidos é óptimo. Confesso-o com muita tristeza, contudo. Aos pontos a que eu cheguei. Eu nunca tinha tomado nada disto até há uma semana. E agora ando a tomar às escondidas, a chorar pelos cantos. Eu podia pensar assim "Ah, há tantos pessoas no mundo com doenças horríveis e pobres que lutam dia-a-dia para viver. O meu problema não é assim tão grave". Podia pensar assim. Podia, mas não consigo. Para mim, o Hugo, é como o ar que entra nos meus pulmões e o sangue que me corre no corpo. Quer me goze, quer me odeie. Isso nunca vai mudar. Parece que finalmente perdi o controlo. Eu era daquelas pessoas que pensava que estava acima de tudo e todos, que da minha vida sabia eu e que nunca ia amar ninguém nem precisar de ninguém. Como é irónica a vida. Agora sou como um comboio descarrilado que a uma hora vai embater e destruir-se. Sou um carro em alta velocidade que saiu da faixa de rodagem e que a uma hora vai embater contra alguma coisa até que explode. Ontem à noite, quando estava a redigir isto, houve uma altura em que me encostei à parede, sentei-me no chão, e enquanto chorava pedi ajuda a Deus. Eu sei que Ele não pode mudar a cabeça do Hugo, mas Ele age de formas misteriosas e escreve direito por linhas tortas. Eu continuo a acreditar em Deus. Mas receio muito o destino que Ele traça. Agora mais do que nunca. O que me reserva o destino assusta-me infinitamente.

A paixão que traz amargura

Esta paixão traz-me tanta amargura e o pior é que não consigo evitar isto. O H. fez anos na semana passada e eu dei-lhe os parabéns, logicamente. Acontece que ele não me respondeu, não agradeceu, o que seja. Nada! No fundo, não me espanta. Ele fez questão desde o princípio de me manter para lá da barricada, longe. Dói-me tanto saber que ele não quer qualquer espécie de diálogo comigo. Ele pensa que eu me quero fazer a ele. Isso assusta-o. Eu sinto, eu sei, mas isso é totalmente errado. Eu desejei tanto que ele me desse uma hipótese de me explicar, em tempo real. Com isto tudo, começo a sentir as minhas faculdades mentais afectadas. Em breve, pretendo recorrer a consultas de psiquiatria e este será o tema-chave. Não consigo caminhar mais com este fardo sozinho. Se ele não me quer ajudar, alguém tem de o fazer.
O meu maior medo, em tempos, foi nunca ter coragem para lhe contar. Agora que contei, o meu maior medo é que ele me ache uma desgraça e que isto que eu sinto lhe pareça uma palhaçada. Uma das únicas coisas que ele me disse foi que não achava que isto era uma brincadeira, mas mesmo assim não sei se é mesmo isso que ele pensa. O que é suposto eu fazer mais? Há ainda uma coisa que quero muito fazer...revelar-lhe a minha identidade. Começa a chegar o momento, mas com este revés fiquei indeciso. Tenho receio. Confio nele, mas não em quem o rodeia e eu sei que as pessoas são cruéis.
Esta noite, vou jantar e caminhar sozinho, pensar, procurar alguma paz de espírito. A tristeza domina-me nesta noite.

Deixo um tema - "Ryde or Die" de Jennifer Lopez - que sugere alguém que se subjuga a outrém. De alguma forma, eu encaixo-me aqui.

"I ryde for you
'Cause you're the truth
I die for you, ooh
'Cause I'm a fool
In love with you
And I'll do anything
That pleases you"

O destino

Hoje comecei a reflectir imensamente sobre aquilo a que se dá pelo nome de destino. No dicionário, a palavra "destino" refere «personificação da fatalidade a que alguns supõem sujeitas todas as pessoas ou coisas no mundo; fado; sorte Fim, termo Vida, existência Rumo, arrumação».
Esta definição tem-me assombrado desde então. Será possível que tudo o que acontece no mundo já tem um destino delimitado? Será que mesmo antes de eu revelar o que sentia já estava destinado a falhar e a ser ignorado pelo H.? Será que esse é o meu fado, a minha sorte, a minha vida, o meu fim? Mas até onde é que o destino é implacável e até onde é que não é? Será que está ao alcance do ser humano mudar o rumo da sua existência, mesmo que ele já esteja previamente traçado?
Além de destino, existe outra coisa: justiça. E não entendo porque é que ela não me ajudou a travar esta guerra contra o destino. De um lado, o destino, a improbabilidade e até a impossibilidade e todo o resto contra mim, e do outro lado eu e a justiça. Como disse anteriormente, fui para uma batalha que já estava perdida mesmo antes de começar. O que me aconteceu foi injusto. E esta é a minha opinião, à qual tenho o direito de recorrer. Não há justiça. Mas talvez não se trate de justiça. Trata-se de algo que não posso escolher. Como afirmei antes, penso que se trata do destino. E agora que sei a verdade, quero as respostas.
O que me magoa mais é saber que na minha vida não aconteceu nada de especial em 22 anos. A minha paixão, nos tempos iniciais, foi aquilo que me fez querer respirar, cantar, dançar, rir, no fundo, viver. Quando percebi que aquilo não era um conto de fadas, foi como tirar uma guloseima das mãos de uma criança. A única coisa que tinha realmente dado sentido à minha vida foi me negada. Não o estou a culpar, estava no seu pleno direito. Quando ele me negou diálogo também estava no seu direito. Acontece que isso não mudou nada. O sentimento ficou, inflamou e rebentou e por consequência levou-me atrás dele. Porque é que a vida tem de ser tão cruel, ou o chamado destino, que seja?
Enquanto vou ardendo no inferno, vou continuar a amar incondicionalmente. As forças começam a desaparecer. Olhar para trás, relembrar o passado, destrói-me. Olhar para a frente, pensar no futuro, provoca-me ansiedade e medo. A minha vida parou. Vivo exclusivamente o presente. O meu maior medo, em tempos, foi nunca ter coragem para contar-lhe. Agora que contei, o meu maior medo é que ele não acredite nisso verdadeiramente. Se bem que ele agradeceu a minha sinceridade. Tenho medo de falar ou gritar do abismo, da ponte, do cume da montanha, de onde for, e que ele não me esteja a ouvir. Parece que só me resta confiar no destino e que este se torne meu aliado.

A noite eterna

Em tempos pensei que o que me acontecera não foi justo. Quando nos dedicamos muito a uma coisa ou pessoa, como foi o meu caso, nem sempre é garantido que vamos obter uma recompensa por isso. Não sei o que falta provar, contudo. Começo a achar que não se trata de justiça. Penso que se trata de algo que não posso escolher. Penso que se trata de destino. E agora que tive de enfrentar a verdade, quero obter as respostas. Quero perceber porquê.
Enviei as tropas para uma batalha que já estava perdida mesmo antes de começar. Uma vez confessei o meu sentimento de derrota e como eu falhei. E alguém disse-me que não devia sentir-me dessa maneira porque não há nada de errado em amar. Não haverá mesmo? Será que não há limites impostos ao amor? Então porque é que me foi imposto um limite a amar? Talvez haja algo de errado comigo...
Quem me dera reagir de um outro modo, mas não consigo. É difícil ter coragem para continuar quando vemos tudo à nossa volta desmoronar incluindo nós mesmos. Sempre que me vejo ao espelho só vejo vazio. Os olhos, que são o espelho da alma,
confessam desesperadamente a sua tristeza.
Ainda ontem falei na linha interminável em que estou a andar. Nessa linha, estou em cima de um muro que delimita a sanidade. Honestamente, não tenho vontade de pular para o lado de lá mas não será isso inevitável dadas as circunstâncias?
Viver, no verdadeiro sentido da palavra, é quando se tem gosto pela vida. Para mim, é indiferente porque gosto não tenho nenhum.
Esta paixão não correspondida pelo H., que me tem atormentado há meses, só veio mostrar que outros aspectos da minha vida não estavam bem. E embora sabendo que posso mudar certas coisas, não tenho vontade. Quem me dera poder dizer que vivo num pesadelo. Os pesadelos têm tempo determinado, quando acordamos tudo volta ao normal. Eu vivo não num pesadelo, mas no fim do mundo onde um lençol de neve vai-se estendendo lentamente. Primeiro, a lua e as estrelas vão perder-se num nevoeiro branco e denso. Depois, os rios, os lagos e o mar vão congelar. E finalmente o sol é engolido, lançando o mundo numa noite eterna. Não há nada depois disso e só a esperança me pode salvar.

A linha interminável da vida

Hoje é provavelmente um dos dias em que me sinto pior. Eu quase não arranjo palavras para descrever. Sinto-me mal. Apetece-me tomar calmantes e dormir. Parece-me a única solução no momento. Uma série de coisas vão mal na minha vida. A minha identidade (o meu eu), a minha dependência familiar, os azazes (2 assaltos, não conclusão do curso), a escolha do curso, a permanente desconfiança que sinto de outrém, o desprezo que O H. tem por mim. Tudo junto forma uma avalanche de emoções e sentimentos em mim que não consigo descrever facilmente. A bola de neve vai rebolando e crescendo, enquanto eu sinto-me cada vez pior. O balão enche tanto que a uma certa altura rebenta. Estou muito cansado de me fazer de forte e de ter que provar a todos que o sou e que sou o melhor em tudo,que aguento tudo. Não sou nem quero ser. Chorar alivia, mas não ajuda nem resolve. Quando estou sozinho num canto, no chão, oxalá tivesse o H. a apoiar-me. Isso bastar-me-ia. Mas agora parece-me tão improvável. Em tempos não o foi. A minha vida está um caos. Tenho de admitir. Não sei o que fazer. Sinto que perdi de vista quem sou. Já é difícil de ver, quanto mais de encontrar, na escuridão de esconderijos em que me refugio. Gostaria de dizer que vou em círculos (era sinal de que ia algum lado), mas não. Vou numa linha interminável. Dois passos para a frente e três passos para trás, enquanto a minha própria vida está parada.

A dança que é a vida

Na vida dão-se passos que compõem uma dança. Umas vezes bons passos, outras vezes maus passos. A coreografia da vida nem sempre é executada da melhor forma, pois quando é para ir para trás vai-se para a frente, ou quando é para ir para um dos lados, vai-se para o lado oposto. E eu sei, por experiência própria, que nem sempre isso acontece ou é possível. Faz parte da natureza humana ter um par a certa altura da vida, um par para dançar a dança que é a vida. Eu não tive sorte na busca desse par, foi danificador e prejudicial para mim. Não dei os passos que devia ter dado.
Fugindo agora um pouco desta analogia, mas aproveitando a sua fatalidade, dei ontem com alguns dados que quero partilhar. Eu ainda não tinha referido oficialmente (somente na caixa de comentários de um post) que expus a minha história num fórum e que o feedback foi imenso e sou eternamente grato a cada pessoa que me apoiou. O que quero mencionar, e que me chocou para dizer a verdade, foi que no dia 29 de Janeiro deste ano eu já tinha interesse no H. Parece mentira, oxalá fosse. Nem eu acreditaria se não tivesse visto com os meus próprios olhos. Mas vi o post no tópico "Alguma vez se apaixonaram por 1 heterossexual?" e passo a citá-lo: "Comigo isto está a acontecer com um colega de curso. Ele bem pode ser heterossexual. Se ele for minimamente atento já me topou, não só como quem eu sou e como sou e também por olhar demais....Só não quero sofrer com isto e não vou ser capaz de me aproximar. Que situação horrível...". Portanto, em Janeiro, Fevereiro, Março já existia um interesse. Honestamente, não sei quando me apaixonei mesmo, mas deve ter sido logo após isso, em Abril ou Maio, altura em que lhe contei. Tanto que faz sentido, ele tinha uma importância tal para mim que mesmo o meu medo não me impediu de lhe ter contado nessa altura. Na mesma noite, a de ontem, acabei por pensar e repensar nisto tudo e enquanto estava na cozinha (já passavam das 2 horas) deu me vontade de chorar enquanto ouvia música. No momento dramático, encostei-me à parede e deslizei até ao chão. Parecia uma cena de telenovela. Às vezes, a minha vida parece-me tão surreal que é como se fosse mesmo uma telenovela.
Na dança que é a vida, na turbulência que é a vida, fazem-se escolhas, tomam-se atitudes, age-se, ri-se, chora-se, grita-se, discute-se, consente-se, brinca-se, perdoa-se, agradece-se, goza-se. Eu perdi-me de amores por alguém que prefere recorrer ao silêncio. O que posso eu fazer? Eu sei que não é fácil para ele, mas é para mim? O que posso retirar desse silêncio? A uma certa altura pensei que fosse desprezo, mas agora penso que não é isso e obtive uma prova que me diz que não lhe sou completamente indiferente. Não é que isso faça muito por mim, mas é alguma coisa. Eu sei que de certa forma, mesmo sendo estranho para ele, sou alguém que ele tenta desprezar, eu sei que o incomodo, que o deixo desconfortável e que até lhe suscito curiosidade. Isso entristece-me, porque mesmo fazendo a diferença, acho pouco. Mas sempre é melhor do que ser totalmente indiferente. Modéstia à parte, eu merecia mais. Empenhei-me tanto, passei mais de 10 meses da minha a vida a pensar nele dia e noite, chorei, esperneei e gritei nos momentos mais desesperantes, sempre sozinho, sempre. Isso nunca ninguém vai apagar da minha memória. Jamais. Tive de parar de me julgar, de me censurar, de me culpabilizar. Não estava certo. Aconteceu. Amar é humano, seja entre que idade, sexo, raça ou religião for. Eu tenho a noção de que fui eu que me intrometi na vida dele, que entrei nela sem pedir licença. Mas quero acreditar que foi tudo por uma boa causa, porque tive uma fé que me moveu que era superior a mim e a qualquer coisa neste planeta, algo transcendente. Sonhei, iludi-me, idealizei. Aí reconheço a culpa. Voei tão alto que acabei por perder as asas com a desilusão e a queda foi estrondosa. Ele cortou-me as asas. Eu não fui capaz de desistir e continuei a sofrer. Sofreria se tivesse desistido também. Contei-lhe coisas, disse outras, com uma franqueza tal que é quase impossível fazê-lo do mesmo modo com outra pessoa. Sinto-me tão à vontade com ele para falar de tudo o que quero, mas ao mesmo tempo sinto um medo descomunal e sem paralelo. O medo da rejeição, da decepção e da reprovação. A presença dele pôs-me, tantas vezes, a tremer literalmente. A minha paixão ainda é um enigma por desvendar. Só sei que deu-se aquele clique. Eu nunca gostei de alguém assim. Durante o meu assalto, vendo a minha vida por um triz, ali naquele momento pensei em duas pessoas: na minha mãe e no H. Isso deve significar algo, não?
Perdi-me na dança que é a vida e falhei os passos. E vida é mesmo isto, errar, sofrer, e enquanto erro e sofro é sinal de que estou a viver. E enquanto respiro, há esperança. E enquanto vivo, estou à procura – à procura dele na escuridão infinita que me rodeia.

A fraqueza

Decidi modificar o anteriormente chamado título “passeio da noite” para algo mais abrangente. O meu fim-de-semana foi agitado mas pouco valeu para me levantar o astral. Ontem, sábado à noite, fui jantar com uma pessoa amiga e depois fui sair à noite. Hoje tive uma festa de aniversário para a qual não estava minimamente empolgado. Na noite de sexta-feira, da qual vou falar mais aprofundadamente, fui arejar e tentei não pensar somente em coisas ruins. Enquanto estive no jardim, pensei naquelas vezes mais significativas em que estive ao pé do H., na faculdade. Sempre que penso nisso eu sorrio involuntariamente. Não só pela felicidade que isso me dá, mas pela piada que acho à situação. É que em todas essas circunstâncias, em que nos encontrávamos nos mesmos espaços físicos ao mesmo tempo, eu ficava uma pilha de nervos. Lembro-me que, só por causa da presença dele, o meu coração parecia que ia explodir tal era o aceleramento do ritmo cardíaco. Mas nem tudo é um mar de rosas e bem sei. Naquela noite, as lágrimas vieram-me aos olhos durante o turbilhão de pensamentos e memórias que me invadiram. Enquanto os carros circulavam, as pessoas passavam e a água do lago corria, estava ali eu, só e triste. Comecei então a pensar no lado mau. Em como eu sou fraco em enfrentar esta a situação, em como não consigo reagir uma tomar uma atitude mais drástica. Sinto que nada do que eu possa dizer ou fazer vá adiantar de alguma coisa. Chegou o momento em que cabe a ele reflectir e optar. Fazer-me sofrer como tem feito não vai matar aquilo que eu sinto. Queria tanto que ele abrisse os olhos e percebesse isso. Afinal, e ironicamente, eu sou uma das pessoas que mais gosta dele. Quanto a isso não restam dúvidas, espero que para ele também não. Penso que só me resta chorar em frente a ele. Vitimização não combina comigo, mas é isso que me apetece fazer. Chorar à frente dele. Mostrar a minha fraqueza. Sinto-me um perdedor. Perdi o que nunca tive e perdi aquilo que mais anseio na vida. Quero um término à minha desilusão. Preciso de uma resolução. Tenho me questionado se será pedir muito ser amigo da pessoa que respeito e gosto? Será que não tenho direito a fazer parte da vida dele, do seu dia-a-dia tendo em conta tudo o que sinto? Uma vez disse, e repito: o que o afasta de mim é mesmo aquilo que eu sinto por ele. Ironia do destino. E enquanto ele resiste, eu insisto, mas além de eu ter insistido, enfraqueci. E a minha fraqueza é não conseguir provar-lhe o quanto isto é sério e doloroso, é sofrer sem poder fazer nada enquanto espero por um milagre, é sentir-me a morrer e a vê-lo cada ver mais longe no túnel, é sentir-me a afogar e saber que só ele pode estender-me a mão para me salvar. A minha impotência em provar-lhe a importância que ele tem na minha vida e o quanto é essencial eu ser importante para ele é a minha derradeira fraqueza.
Vou partilhar uma música que é pertinente ao caso, uma vez que estou a sentir-me fracassado e frustrado por não ter conseguido concretizar o meu objectivo. É instrumental e chama-se “My Weakness” (Moby). O respectivo vídeo que a acompanha é altamente inspirador.

Para descontrair...

Eu adoro música lounge, ajuda-me a descontrair quando estou numa pilha de nervos, como é o caso desta noite. A letra desta música é espectacular. Ficam as minhas partes preferidas:

You know
I've been hurt so many times
It got to a point
When I decided
I can"t do this any more
I need someone to hold me
I need someone that needs me
I need someone that loves me

You know, we don"t have to be dramatic
Just romantic


Sonho vs Realidade

Ontem à noite dei por mim a chorar sentado no chão na casa-de-banho. Nada mais decadente. É provável que esteja em depressão. Vejamos os sintomas:

Perda de energia ou interesse
Humor deprimido
Dificuldade de concentração
Alterações do apetite e do sono
Lentificação das actividades físicas e mentais
Sentimento de pesar ou fracasso

Assinalei os sintomas mais evidentes em mim. Esta é a minha nova realidade. Sonhei, voei alto e a queda foi enorme. Quando dei por mim, estava devastado. Sinto que fracassei, embora haja quem me tenho dito que não. Ora durmo muito, ora durmo pouco. Para fazer seja o que for levo imenso tempo, porque a vontade e a força já não são muitas. Se eu tivesse visto numa bola de cristal, há cerca de um ano, o que me iria acontecer eu provavelmente nem iria acreditar.
Não me recordo bem se já o disse, mas quando me interessei pelo H. na altura eu não estava bem ciente disso. Eu sabia que ele me atraía, que eu não tirava os olhos dele, mas era só isso. Depois, na minha cabeça, comecei a imaginar mil e uma coisas. O sonho passou a fazer parte do meu quotidiano. Admito que foi arriscado e paguei um preço bem alto por isso. Quando dei por mim, tinha me apaixonado. Estive meses a ponderar o que fazer. Até que decidi correr atrás do meu grande sonho e ele foi me negado. E penso que me foi negado pelo simples facto de eu representar um estereótipo e não por aquilo que eu realmente sou. Afinal, eu procurava somente uma amizade, nem mais nem menos. Foi esse sonho que levou à minha ruína. Tenho de admitir que fiquei 1000 vezes pior depois de lhe ter contado e de me ter deparado com a posição dele em relação a mim. Mas se tivesse ficado em silêncio até hoje não saberia nada de nada por isso não me arrependo. O sonho começou a tornar-se rapidamente num pesadelo. Ainda envolvi uma pessoa que conhecemos em comum, como já tinha dito, mas não achei certo chatear terceiros e desisti da ideia. Tudo começou a deixar de fazer sentido para mim. Estávamos nos meses de Maio e Junho. Eu era uma pessoa fútil e até arrogante. Deixei de dar importância a certas coisas por causa disso e modifiquei-me. Não há roupa ou objecto neste mundo que valha tanto ou mais do que o meu sentimento por ele. Este Verão foi o pior de sempre. Foi raro o dia em que não tenha chorado e poucos aqueles em que me diverti. Estou farto de dramatizar, mas esta é a realidade. Sou uma pessoa melancólica. O meu dia-a-dia tornou-se um inferno. Faz pouco sentido para mim viver assim. A minha realidade é mais um pesadelo do qual não consigo acordar do que outra coisa. Receio que não consiga livrar-me disto facilmente. Não quero fazer-me de vítima, mas honestamente não me sinto bem. Apelar aos sentimentos dele não me parece que funcione. Tenho medo de enfurecê-lo. Mas também não sei o que mais possa fazer. Eu pergunto-me quantas pessoas existirão no mundo que gostem incondicionalmente de outra pessoa tanto como eu gosto dele... Não muitas, parece-me a resposta. Dou conta de que isso parece não chegar. Sinto que tenho de lhe provar algo para merecer a confiança dele. Sinceramente, ainda não percebi se o irrito ou assusto. Seja lá o que for, resta-me humildemente ansiar por dias melhores. Gostar/amar é a coisa mais natural do mundo, mas por alguma razão sinto-me como a cometer um crime. Sabe-se lá porquê! O passar do tempo não ajuda. Costuma dizer-se que o tempo é nosso amigo, mas no meu caso parece aumentar cada mais o meu sofrimento e as saudades. Sinto-me patético a confessar isto e assombrosamente só, à beira do precipício . :'(

O meu mundo, as minhas batalhas

Quem segue o blogue poderá ter denotado a minha ausência prolongada. Explica-se pelo facto de me ter sentido pouco à vontade. Em relação a quê? Nem eu sei bem, mas saber que o H. agora tem acesso ao meu espaço, a este espaço, constrange-me de certo modo. É uma sensação forte, mas não é inédita. Ainda agora estou a tremer enquanto digito.
Continuando, mais um ano lectivo, mais uma luta. Sinceramente, não estou nem um pouco interessado mas tem de ser. Já aqui disse, o último ano lectivo foi um desastre, não fui capaz de separar as coisas. Fiz uma grande mistura, deixei-me afectar. E isso foi errado da minha parte. Mas com os erros aprende-se. E eu acho que aprendi e agora vou continuar a minha luta académica. As coisas este ano vão ser tão diferentes. Aquela faculdade está cheia de recordações. Eu cada vez que que vejo o espaço exterior, que entro por aquela porta de entrada, que ando naqueles corredores, tudo, tudo me faz lembrar ele. E este ano são mesmo só lembranças. Pode ser que isso me permita concentrar mais. Tento encontrar o lado positivo das coisas. Embora, no fundo, eu não vejo nada de bom nisso. Outra batalha da minha vida está relacionada precisamente com ele. É como se eu tivesse ido para uma batalha que já estava perdida. Não tive hipóteses de lutar por aquilo que queria. Questiono-me se fosse outra pessoa se ele lhe daria ao menos o benefício da dúvida. Será que o problema sou eu? Será que há alguma coisa de errado comigo? :(
O tempo passa, a vida prossegue, tudo evolui, tudo muda, excepto esta minha paixão. E cada vez que me lembro que vai fazer um ano em Outubro que surgiu o primeiro interesse nele, e como eu tenho aguentado e de pensar quanto mais vou aguentar, entristece-me mas acima de tudo assusta-me. Assusta-me pensar que posso gostar mais de outra pessoa do que de mim, eu que sempre tive um ego do tamanho do mundo. Oxalá eu tivesse tido alguém no passado que gostasse de mim, como eu gosto dele. Sinto alguma revolta por isto ter acontecido, uma situação sem culpados e só com vítimas, as vítimas do destino. Gostaria de recuar no tempo, ser aquele adolescente feliz e sem problemas que eu era, com uma vida calma e sã. Hoje sou uma pessoa totalmente diferente. Moldei-me às circunstâncias. Mata-me perceber que não posso fazer nada, ou mais nada, que estou à mercê de alguém que pouca estima sente por mim, sejam quansi forem as razões. Magoa-me a valer. Ver todos felizes ao meu redor faz-me sentir num mundo só meu. Não me sinto pertencente a este mundo, sinto-me a caminhar num mundo vazio, sem nada nem ninguém, apenas com um longo caminho a percorrer à minha frente. Queria parar, mas não pude. Quero continuar, mas não consigo. As forças vão-se. Eu só peço a Deus, ou o quer que seja que tome conta disto tudo, que nunca ignore todas as lágrimas que derramei nos quase 12 meses mais recentes da minha vida. A minha paixão e o meu sofrimento também são as duas maiores certezas que tenho. Agora não sei é se terei forças suficientes para continuar a caminhar e sair do meu mundo de infelicidade, desilusão e dor e voltar ao mundo real para batalhar. E apesar de sentir imensa vergonha, embora não o devesse, estas foram as palavras de alguém desesperadamente apaixonado.

Deixo uma música do compositor Thomas Newman chamada "That Next Place". Ouço-a sempre à noite. Ajuda-me a reflectir.

Com receios, mas sem grandes arrependimentos

Ontem e hoje foram dois dias de bastante reflexão. A minha tristeza andou inexplicavelmente adormecida até há poucos dias. Mas ultimamente tenho ouvido certas músicas, deitei-me e pus-me a pensar em tantas coisas. Acabei por chorar. Na verdade, estou cansado de verter lágrimas quando não quero chorar, estou cansado de sonhar sem ter um objectivo concretizado à vista, estou cansado de comer quando não tenho apetite, estou cansado de me rir entre amigos quando o que me apetece é chorar, estou cansado de ter de acordar todos os dias quando o que quero é dormir ininterruptamente, estou cansado de nostalgia e de recordar tempos e eventos que nunca mais vou experienciar, estou cansado de ter receio do futuro quando é isso que me espera, estou cansado de dizer “nada” quando a minha mãe me pergunta o que tenho, estou cansado de fingir quando quero parar de o fazer, estou cansado de viver quando o que quero é desaparecer. Tudo devido a uma desilusão por ter vindo a sentir algo significativo por uma pessoa que me desprezou, tendo em conta todo o impacto negativo que isso teve em mim. Porém, não me arrependo. O preço que paguei e tenho pago é elevado, mas nunca me arrependi. Nunca me arrependi de me ter apaixonado, nunca me arrependi de ter sonhado. Talvez haja uma coisa que me faça arrepender, em parte. Se calhar, ainda não sei bem, arrependi-me de ter contado o que sentia por ele a uma pessoa que ambos conhecemos em comum. Tenho a certeza que essa pessoa não lhe vai contar nada, seja em que circunstância for, aliás até já me aconselhou, mas se fosse hoje talvez não lhe tivesse contado. Cada vez é mais difícil para mim confiar em quem quer que seja. Mas agora já está e não há nada a fazer em relação a isso.
A lua, as estrelas e a noite têm sido as minhas companhias, no meu mar de solidão que cada vez mais parece aumentar de tamanho. Sofro sim, tenho receios sim, mas sem grandes arrependimentos.

Sonhar não é proíbido

Hoje foi um dia em que pensei muito. Pensei acerca de tudo o que me aconteceu, os azares na minha vida, o assalto, as disputas familiares, o afastamento dos amigos. Tudo deitou-me abaixo, mas tenho de ser forte. As estrelas brilham na escuridão. Apesar de estar mal, sei que posso ficar bem. Tudo tem solução.
Depois do assalto, tive de comprar tudo o que me foi roubado, como é óbvio. Senti uma disputa entre os meus pais (divorciados). Parecia que um queria dar mais do que o outro. Eu realmente não tenho paciência para isso e entristeceu-me. Entristece-me saber que as duas pessoas que me puseram no mundo não se suportam. Entristece-me saber também que não posso contar com muitos amigos e que o afastamento de alguns foi inevitável ao longo dos tempos. O assalto deixou-me ainda mais vulnerável. Ando com medo de andar na rua. É tudo muito recente. Em relação ao H., ele já foi informado sobre o meu blogue e sobre o assalto também. Senti que tinha de o fazer, mesmo que isso não lhe agrade. Quero acreditar que a minha vida vai melhorar. Sonhar não é proíbido.

Assaltado, arrasado

Se eu já me sentia a pessoa mais infeliz do mundo, agora nem sei. Na noite passada fui assaltado aqui em Lisboa, não muito longe de casa (facto que me assusta ainda mais). No príncipio nem percebi, mas acabou por revelar-se um assalto. E já é a segunda vez, infelizmente. A certa altura vejo mais gente na rua, acabei por resistir para chamar a atenção e as coisas pioraram. No fim, o ladrão acabou por levar a minha mochila com todos os bens materiais que mais uso. O prejuízo é enorme. Acabo por perceber que não vale a pena andar com coisas de tanto valor e que a minha futilidade sai cara. Acaba sempre por aparecer alguém e levar o que não lhe pertence. Sinto-me arrasado, não só pelas perdas materiais, mas também pela situação. Ao resistir eu podia ter-me dado mal. Podia nem estar aqui agora a falar. Vi a minha vida por um fio. Estava tão nervoso que nem consegui raciocionar. Quando ia a fugir, vi o assaltante a correr na rua para a qual me dirigia. Corri e saí dali, desesperadamente. Só parei quando cheguei em casa. No fim, acabei por ser ajudado por pessoas que desprezei no passado e senti-me mal por isso. Ironia do destino. E assim denoto que algo vai mal na minha vida. Só queria acordar deste pesadelo que se revela bem real. O H. vai acabar por ser informado, mas não é minha pretensão que ele sinta pena.

A história; pensamentos/desabafos

São três da madrugada e resolvi escrever. Hoje a meio da tarde fiquei muito nervoso por causa do H. e acabei por dar um passeio nocturno para me distrair.
A questão é que a minha situação tornou-se insustentável. Psicologicamente, sinto-me exausto. Este assunto atormenta-me há meses e desde então que o meu raciocínio intelectual ficou afectado (vide o caso da faculdade). Eu já aqui disse uma vez penso eu, e repito: preciso desesperadamente de uma solução para a minha vida e começo a crer que também preciso de acompanhamento psicológico. Não posso nem consigo viver bem desta maneira. Portanto, tenho de tentar contornar isto. Aproxima-se a hora de mais uma investida. Mas porque é que desta vez correria bem? Pois, eu acho que não correrá mas isso sou eu que já sou pessimista por natureza. Acontece que a a minha situação evoluiu e eu resolvi criar um blogue onde desabafo. Não é algo inovador, mas é pessoal. Sou uma pessoa como outra qualquer, vi-me sozinho e desamparado e isto foi uma forma de lidar com a situação com a qual realmente não sei lidar. Dito isto, pretendo mostra-lhe o blogue, que aliás é sobre ele, basicamente. Pode não gostar, pode ficar furioso, ou desconfortável, ou triste, ou até indiferente. Mas eu precisei disto. E preciso. Fui eu quem se enfiou no quarto a chorar em silêncio para que ninguém percebesse o que se passa. Fui eu que me afastei de pessoas que sempre me quiserem bem. Fui eu que me lixei nos estudos. Eu! E, apesar de em tempos pensar que tinha o que merecia (por ter-me apaixonado sem pedir licença, mais ou menos isto), acho agora injusto. A culpa até pode ser minha, fui eu que procurei isto. Mas custará tanto estender a mão a alguém que lhe quer tanto bem? Falando dos amigos, notei que tem vários. Eu não gosto menos dele que os seus amigos, ele pode ter a certeza disso. No entanto, não tenho direito a pertencer ao mesmo leque. Eu queria entender porquê. O porquê desta frieza, deste desprezo. Eu não o posso odiar por isso. No fundo, fui eu que procurei isto tudo, como disse atrás. Mas ficou difícil para mim. Ele aparecia-me à frente regularmente. E eu até a hoje não sei explicar nem o como aconteceu nem o porquê do que sinto, porque não lidei com ele pessoalemente. Honestamente, não me sinto mais com forças para continuar seja o que for. É duro aceitar que todos para ele têm valor, menos eu. Eu não consigo aceitar. Isso mata-me. Não sei e não consigo lidar com isso. Não fui feito para isso. Por ter nascido assim é que ele despreza-me. E se calhar nesta altura alguns perguntam-se... Mas o que há de errado comigo? Eu acho que nada. Dizem-me "Torna-te modelo. Podias sê-lo". No entanto, sempre tive uma baixa auto-estima por ser como sou. Sempre me fui abaixo com as opinões dos outros. Não entendo o motivo que leva as pessoas quererem destruir o próximo. Sempre sofri com o preconceito e não me estou a fazer de coitadinho. Sofri na pele, mas venci várias batalhas também. Provei muitas vezes que estavam errados a meu respeito. Que não sou tão mau como julgam. Que não sou só aquilo que aparento. De resto, é o que se faz sempre: tira-se uma conclusão acerca de alguém através do que esse alguém aparenta ser e do que representa e não através do que ele é de verdade. Parece que não consigo provar nada a quem mais me interessa. Sinto-me um fracasso. Não tive oportunidade de diálogo, de explicar, nada. Sinto-me censurado por amar. Sinto-me a arder como uma chama, a afogar-me num oceano imenso, sinto-me torturado psicologicamente. É como se eu me estivesse a afogar e ele não me tivesse estendido a mão para me salvar propositadamente. Eu às vezes questiono-me acerca da justiça que existe no mundo, não só em relação a mim é claro. Mas existirá ela? E quando é que surge? Mereço ser condenado por amar? Será que não consigo transformar uma pessoa, esclarecê-la e mostrar-lhe o outro lado? Será que tenho de sofrer o resto da minha vida por simplesmente amar? Será que não tenho esse direito como qualquer um?
Uma vez disseram-me uma coisa muito interessante e tenho pena de já não contactar com essa pessoa. Disse-me que "O céu podia ser verde, mas é azul". Aquela frase ficou desde então no meu pensamento. Eu fico a pensar que as coisas podem sempre acontecer de um jeito, mas há sempre outra alternativa, um outro caminho, uma outra face dos acontecimentos. Que somos nós que fazemos as escolhas, que traçamos os nossos destinos. Neste caso, eu não escolhi amar, admito. Não quis porque sabia que sofreria. Lutei contra isso. Falhei nesse aspecto. Não fui suficientemente forte, calculo. Agora, resta-me sonhar e tentar mostrar o tal "outro lado", mostrar-lhe que eu não sou só aquilo de mau que ele pensa que eu sou. Eu também tenho qualidades, mesmo que isso nunca lhe tenha ocorrido.
E confesso: eu estou envergonhado, nervoso, assustado, desesperado. Como disse, não sei lidar com isto .Eu quis desistir, mas não tive força suficiente. O vazio invadia-me sempre que pensava sobre isso. Eu não sei explicar. Poucos serão aqueles que vão perceber isso. Um dos meus maiores sonhos é que ele possa entender-me um dia, que me dê oportunidade de falar, e depois decida o seu caminho. Eu não posso fazer mais do que isto. Eu cheguei ao meu limite. A partir daqui, o destino fica nas mãos de Deus, a quem eu tenho recorrido regularmente. Porque é que será que eu tenho vergonha disto tudo que acabei de dizer? Que mal terei eu feito para merecer isto? Porque é que será que tenho medo dele e do que ele possa pensar disto quando ler? Não sei responder. Sinto-me como um criminoso. É como se estivesse a fazer algo de ilegal. Sinto-me realmente assim. O SENTIMENTO MAIS PURO QUE HÁ NO MUNDO FAZ-ME SENRTIR CULPADO E ENVERGONHADO. E isto custou-me tanto dizer que é impossível conter as lágrimas. Alguém havia comentado aqui no blogue que oxalá tivesse alguém que o/a amasse assim tanto. Digo-te: também eu. Acredita. Não é fácil amar incondicionalmente sem retorno. Sinto-me como um barco à deriva no mar, como um cometa descontrolado a atravessar o Universo. Perdi o rumo. Deixei de ter gostos que me cativem a valer. Posso afirmar que sou uma pessoa diferente daquela que era há cerca de 10 meses atrás. Afirmo-o com muita tristeza. Nunca pensei chorar na rua, esconder o rosto para não me verem naquele estado; nunca pensei deixar amigos pendurados à minha espera uma noite inteira sem dizer o motivo; nunca pensei deixar de comer por estar infeliz; nunca pensei em sofrer assim. Resta-me humildemente esperar que o pesadelo termine.

O passeio de sábado à noite

Era sábado à noite e eu tinha um jantar marcado, com amigos, e à última hora resolvi não ir e não disse nada a ninguém. Vem do meu feitio. Talvez não tenha agido bem, mas eu sou assim. O que aconteceu é que depois de na sexta-feira à noite ter-me surgido o sentimento de culpa em relação à faculdade e também uma tristeza em relação ao H., pus-me a pensar em mil e uma coisas e e deixei de ter vontade para fazer o fosse o que fosse. Então, obviamente, não estava com espírito nenhum para sair. No entanto, saí. Não me apetecia ficar em casa, mas também não estava com clima festivo. Sem dizer nada a ninguém, fui passear pela cidade e acabei por me sentar num jardim e fiquei ali sozinho naquele espaço. Ouvindo músicas tristes, acabei por chorar ali mesmo. Do outro lado da cidade estava o pessoal em plena festa, sem sequer imaginarem como eu estava ou o que estava a fazer. Pouco me importou. Não fui capaz de fingir mais uma noite. Disse a mim mesmo que chega de fingir. Se não estava bem, não estava e ponto final. Acabei por caminhar bastante, dei uma grande volta, espaireci até que cheguei a casa era cerca de meia-noite. Naquela noite, usufruí de um momento só meu, ainda que triste. Fui eu, os meus pensamentos e a noite, mais nada nem ninguém. Cheguei a casa não muito melhor, mas pelo menos estava calmo. Desde então, não me sinto muito melhor. Sinto-me até com medo do que vem por aí...

Destroçado, triste, arrependido

OK, tive de me acalmar para conseguir redigir. Tive um súbito ataque de choro nesta noite. Sinto-me destroçado. Arrependi-me em relação a algumas coisas. Primeiro, foi por me ter apaixonado. Percebo há já vários meses que isso não me trouxe bons resultados. Mas com outro ano lectivo à porta bateu um sentimento de culpa em relação à faculdade. Eu desleixei-me. As minhas notas foram horríveis. Não queria sentir-me assim. Sei que sou humano e que posso errar como qualquer um. Mas isto agora assombra-me. E ele, o H., já lá não vai estar. Ao contrário de mim, ele terminou o curso. Ele seguiu em frente. Pouco se importou como eu fiquei depois de lhe contar. Eu nem sequer me posso queixar. A culpa é toda minha. Quem gosta sou eu, eu que sofra. Certo? Fui eu que fiquei destroçado, que chorei noites a fio em vez de estudar, etc. À conta disto tudo, desleixei-me com os estudos, afastei-me de pessoas que provavelmente estariam lá a apoiar-me, mas mesmo assim decidi afastar-me por não saber lidar com isto e ainda tive de omitir coisas à minha mãe que sempre apostou na minha formação e o meu medo de a desiludir é enorme. Acontece que não sou perfeito, errei, sofri e aqui estou. E se as lágrimas me escorrem agora pelo rosto é um problema meu e ninguém vai poder poupar-me disso. A tristeza neste momento invade-me sem pedir licença. Se pudesse voltar um ano atrás, não hesitava. Voltaria. Não estaria apaixonado por alguém que não me percebe, estaria disposto a licensiar-me com toda a força e ânimo. Enfim, eu era uma pessoa completamente diferente: forte, decidido, sonhador, ambicioso. Agora acrescento a essa lista "arrependido".

Deixo uns versos de uma música da Mariah Carey, que me parecem oportunos. Será que afinal isto tudo não é em vão? Que há uma razão de ser? Que ele se tocaria com a minha situação e seria capaz de chorar por mim se soubesse acerca de todo este sofrimento que me atormenta? Se soubesse que eu me afogaria ou sufocaria? Não se sabe. Enquanto isso, não tenho grandes perspectivas. Apenas apetece-me chorar, dormir e sonhar, para já.

It's a shame you don't know me at all

I was wondering would you cry for me
If I told you that I couldn't breathe
If I was drowning, suffocating
If I told you that I couldn't breathe


Como um vidro a rachar...

Ultimamente, tenho-me sentido como vidro a rachar, prestes a quebrar. Tenha tanta coisa na cabeça. Para mim os dias são como uma desculpa para viver. Vivo por viver. Não vivo por prazer. Não acordo com vontade de fazer isto ou aquilo. Não vou deitar-me a pensar no dia espectacular que tive, que nunca cheguei a ter. Não se passa nada de interessante na minha vida há tanto tempo. Sinto-me incompleto. Falta-me o mais importante. E eu não posso viver como se estivesse tudo bem na minha vida quando não está, porque sinto a falta dele.
Para mim o vidro a rachar simboliza o não aguentar mais esta solidão, esta dor de perda, esta angústia da distância, este medo da rejeição. Magoa tanto quando olho em volta e vejo todos felizes. Não por inveja, porque eu adoro verdadeiramente os meus amigos. Mas magoa-me ver que todos amam e são amados, e eu só consegui atingir o primeiro critério mencionado do amor. Falhei ao tentar surpreender, impressionar, o que seja, a pessoa que mais adoro no mundo.
Receio que ele nunca (palavra meio forte) me venha a compreender, ou pelo menos que venha a demorar a fazê-lo. Enquanto isso eu perco as forças. Sinto-me como um barco a afundar, como um vidro a rachar.

Sentimento de culpa ou direito a amar?

Esta é uma questão que me tem apoquentado imenso. Depois de eu ter revelado o que sentia ao H., e percebendo o jeito como ele ficou e me tratou, uma ideia ficou a martelar na minha cabeça após isso: teria feito bem ou era um direito meu contar-lhe? Dias, semanas, meses passaram e eu continuo com isto a rondar-me. Será que devo culpabilizar-me por me ter apaixonado por uma pessoa que à partida não quer saber de mim nem pintado de ouro ou tenho direito a amá-lo como qualquer outra pessoa e lutar por ele? Eu quero respostas. Eu preciso de repostas. Preciso de um rumo. Ele não pode proibir-me de gostar dele, mas e eu como é que fico no meio disto? Culpo-me, por sentir que o deixo desconfortável, confuso ou sei lá o quê embora ele disfarce e tenha sido frio comigo, tentando esconder isso... Eu desespero com isto. Eu confesso que já pedi a Deus ajuda. Já Lhe pedi uma explicação, um porquê para isto ter-me acontecido. Os sonhos só me confundem mais ainda.
Concluindo, e num discurso meio atrapalhado bem sei, eu não consigo deixar de evitar em sentir-me culpado. A culpa foi minha, fui eu que olhei para ele, fui eu que me interessei por ele, fui eu que me apaixonei. Mas sei também que sou um ser humano, tenho o direito a amar e não há nada de errado nisso, penso eu. Amar é das maiores beldades que existe. Oxalá ele um dia perceba isso e me perdoe qualquer coisa. Não tenho culpa de amar. :(

A história (continuação)

Não sei se ficou explícito, mas apesar de eu ter contado ao H. que gosto dele, não implica que ele saiba exactamente de quem se trata. Não sei se foi cobardia da minha parte e se isso terá complicado ainda mais as coisas, mas eu não lhe revelei a minha verdadeira identidade. Ele conhece-me de vista, já me viu, até porque estudámos na mesma faculdade, mas ele não sabe que essa pessoa (eu, portanto) é quem gosta dele. Ou seja, eu não lhe disse quem eu sou de verdade. Não menti totalmente no nome, contudo. Não fui capaz de me revelar totalmente e ele posteriormente até me disse que era melhor nem saber. Eu bem sei o quanto a situação foi desconfortável, mas aquilo magoou-me mesmo, tanto que tive uma crise de choro logo depois. Mas não lhe contei quem eu era (embora tenciono fazê-lo um dia) porque sentia uma enorme pressão à minha volta. Eu não sabia como ia ser a reacção dele e temi que ele me fizesse algum mal, mesmo que tenha sido uma estupidez da minha parte pensar isso porque eu acho-o uma óptima pessoa.
Continuando...nunca escondi que foi a atracção física que despoletou esta paixão. Quando ele me aparecia à frente era como se eu me sentisse atraído por um íman. Só me apetecia vê-lo mais, ir para os mesmos sítios que ele ia. No entanto, a camada de nervos que eu apanhava por estar no mesmo espaço físico que ele ia aumentando, com o passar do tempo. Nas últimas vezes que eu o vi (e não posso dizer muito mais nem em que circunstâncias para não me denunciar, pelo menos por agora) fiquei com o coração a bater tão fortemente que parecia que ia desmaiar. Posso dizer que numa ocasião, cruzámo-nos na rua e ele olhou-me de uma forma que nem sei explicar. Eu não sei se ele o faz regularmente com outrém ou se sou eu que de alguma forma consigo atenção dele, não sei. Mas aconteceu, mesmo que não tenha qualquer significado para ele.
Eu sou um enigma para ele e isso pode fazê-lo afastar-se de mim, porque eu represento o desconhecido. Mesmo que ele tenha me desdenhado (embora não sendo rude), quero acreditar que fê-lo por eu representar um quebra-cabeças na sua vida. Quer ele queira quer não, eu represento algo diferente na vida dele. E isso incomodo-o. Mas eu existo e eu não procurei isto. Eu não quis. Fui inconsequente sim, porque era quase inevitável que eu não viesse a sofrer, mas aconteceu. Só quero que ele entenda isso e me deixe explicar as coisas, porque enquanto isso, isto vai me consumindo. Já perdi a conta às noites de choro, às dores de cabeça, à pouco vontade para fazer o quer que seja. A pouco e pouco, os que me rodeiam começam a notar que algo vai mal...

O inevitável

Muito já me questionei acerca disto que me tem acontecido. O que me terá levado a contrair um sentimento tão intenso por alguém com quem nunca tive um contacto, senão visual? Honestamente, não sei. E admito que me custa. E custa-me admito-lo por ser uma pessoa orgulhosa e uma pessoa que nunca quis estar emocionalmente dependente de ninguém. Eu não procurei isto. Eu nunca quereria gostar assim de alguém se soubesse que isso me viria a fazer sofrer como está a fazer. E dói. Ele pensa que eu optei por ser assim e pensa também que fui eu que escolhi isto e decidi gostar dele. Ele está redondamente enganado. Na vida há coisas que não têm explicação. Esta é uma delas. Ele surgiu-me à frente e eu apaixonei-me. E eu não pude, não posso e não poderei lutar contra o inevitável.

Cansado

Eu já tenho o próximo post em mente, mas venho confessar o quanto estou cansado. Cansado de viver, de ver, de ouvir, de calar, de fingir, d consentir, de desconfiar, de chorar, de amar sem ser amado, de continuar, de insistir, de ter esperança, de rir quando não quero, de ajudar sem ser ajudado, de me fazer de forte, de ser aquilo que não sou e nem quero ser.
Oxalá tudo fosse diferente e melhor. Não é. Não é fácil lidar com a realidade. Cansa-me não poder confiar nos amigos, cansa-me amar uma pessoa à qual não causei qualquer mal e ser ignorado pelo simples facto de amar essa pessoa, cansa-me o facto de ter perdido o rumo nos últimos meses, cansa-me o simples facto de existir (actualmente). Estou naqueles dias em que só me apetece dormir. Estou cansado de tudo. Só espero que amanhã e depois esteja de novo em forma, porque tenho uma grande batalha pela frente que se chama paixão.

Eu choro, as estrelas cintilam, o tempo passa

Mais uma pausa no relato dos acontecimentos. Desta vez, venho falar-vos das minhas noites. Em quase todas penso nele. Em muitas delas choro. Um hábito que ganhei foi, nestas noites quentes, ir para a varanda, deitar-me entre almofadas, ouvir baladas e observar o céu incluindo as suas estrelas cintilantes e a lua. Deixa-me muito pensativo. Cria-se um ambiente em meu redor. Naqueles momentos sou só eu e os meus pensamentos. Penso em muita coisa. Penso em mim, penso na minha vida, penso nele. Contudo, além de pensativos, são momentos tristes. Sinto-me incapaz, infeliz e sozinho na maior parte deles. Tenho de ganhar coragem para seguir em frente e enfrentá-lo. Tenho de pensar que tenho o direito de o fazer, que sou uma pessoa como outra qualquer. Tenho de pensar que tenho o direito de amar. Tenho de pensar que tenho o direito a ser feliz. Enquanto isso, as estrelas cintilam e o tempo passa.

Deixo-vos uma música que tenho ouvidos nestas noites. "Thank You" da Dido. Esta música reflecte toda a importância que ele tem para mim. É como se um dia cinzento ficasse colorido graças a ele. Agradeço-lhe todas as vezes que me apareceu à frente e me pôs a sonhar, mesmo nos dias em que eu queria desaparecer.

I want to thank you
For giving me the best day of my life
Oh just to be with you
Is having the best day of my life


O contexto, o meio envolvente

Desta vez, vou falar-vos de tudo o que envolve a minha paixão e a forma como lido com isso. Posso começar por dizer que não é um mar de rosas. Vejo tudo escuro à minha volta. Tudo muito sombrio. É como se estivesse sozinho nas trevas. Será que estou?
Eu nunca pedi a ninguém, desesperadamente, para gostar de mim mas acho que muita gente julga-me sem me conhecer bem. O H. fê-lo. Os amigos também. Depois de eu contar-lhe, na primeira vez, parece-me que ele absorveu aquilo sozinho e não partilhou com ninguém. Mas no segundo contacto, ele contou aos dois colegas com quem andava mais na faculdade, pois estes em seguida apareceram-me com convites, com segundas intenções creio, no Facebook (trata-se de uma conta alternativa, não a principal por precaução). Confesso, que eram duas pessoas que não me inspiravam confiança e tive-os em mente antes de contar as coisas ao H., porque temia pela minha identidade Tanto que devem ter contado a mais não sei quem, como se isto tivesse muita graça. Eu tornei-me um palhaço, tornei-me uma piada para aquela gente. É triste saber que estes eram estudantes universitários levianos e homofóbicos. Parece que a minha paixão falou mais alto e eu destemi enquanto temia. O resultado não me foi totalmente inesperado, mas ainda assim fiquei em choque. Eles foram para a página virtual do H. gozar com a situação, comigo especificamente, mas sem nunca fazerem uma alusão concreta ao sucedido. Depois de ver aquilo, fiquei em choque, chorei, gritei, pensei que daquela noite não passaria. Pensei que estava tudo perdido. Enfim, eu tenho tendência para o exagero. Quem me conhece sabe. Acontece que tudo à minha volta, e tendo em conta este acontecimento, não me dava coragem para lutar pelo que eu realmente quero na vida actualmente: ele. O “tudo” refere-se ao preconceito, à incompreensão, à intolerância, à insensibilidade e à crueldade das pessoas. Não é animador nem incentivador, pois não? Eu sei. Mas porque hei-de eu ralar-me com pessoas que nunca fizeram nada por mim? Que nunca contribuíram para a minha felicidade? São amigos dele, não meus. Tenho muito medo de me meter num ninho de cobras venenosas. Eu tenho de respeitá-lo e às pessoas de quem ele gosta, mas e se elas não me respeitam? Como ficamos?
Eu tenho de ter amor próprio. Sou um ser humano, como outro qualquer. E choro enquanto escrevo isto. Observo as estrelas, enquanto redijo. Quero acreditar que sou capaz de seguir em frente e lutar pelo que quero. Que não há crueldade no mundo que vai apagar o que sinto por este rapaz, que não são estas pessoas que me vão fazer parar. Quero acreditar que a maldade de certas pessoas, estas, vai ser punida de alguma forma, futuramente. Quero acreditar que cada lágrima que chorei por causa delas vai ter retorno e que nenhuma foi em vão. Quero acreditar que vou saber perdoar todos aqueles que me fizeram sofrer por simplesmente amar.

Nervos

Eu decidi fazer uma pausa na continuação da história, porque não me tenho sentido bem e criei este blogue com o intuito de desabafar. Por isso mesmo, vou dizer o que me aconteceu na sexta-feira à noite. Eu estava muito bem a falar com amigos no messenger. Às tantas fazia-se tarde e decidi sair do computador. Só que antes, cometi o incontornável erro de ir ver o Facebook do H. mais uma vez. Eu não queria, já tinha optado por não ir lá muitas vezes. Só que não resisti. Resultado: fiquei cheio de nervos. Um facto adquirido é que ele deixa-me muito nervoso. Mas ontem excedi as marcas. Enquanto lia aquilo, tive aquela sensação em que parece que temos o coração na boca. Senti-me mesmo mal. Comecei a ver tudo branco, sei lá. Desliguei o pc, chorei, deu-me um vómito até que caí no chão. Acho que nunca me tinha acontecido ter vontade de vomitar por causa de nervos, muito menos por causa de alguém .Saí do quarto, desci até à sala, lá deitei-me no sofá, às escuras, a ouvir baladas no leitor de música. Reflecti, chorei, rezei, dei voltas, fui para o chão, chorei e deu-me um grande vómito até que vomitei quase. Fui beber água, acalmei-me entretanto. Pouco depois fui deitar-me.
Uma das noites mais infelizes em toda a minha vida. Senti-me altamente infeliz e imensamente impotente. Senti-o longe. Senti-o inalcançável (mais uma vez). Acabei por sonhar com ele.
Nervos, até quando os terei por causa dele? Quando é que terei coragem para os combater e resolver a situação? Até quando ele vai me os causar? :'(

Retomo a história no próximo post.

Como tudo começou

Bem tenho a dizer que apesar de não achar piada nenhuma à minha situação, a forma como começou é engraçada e curiosa. Eu não sou, de todo, de reparar regularmente nas pessoas à minha volta. Sou capaz de olhar, mas olhar por olhar. Gosto mais que me olhem, admito ser vaidoso. Este rapaz quando me aparecia à frente, na faculdade, trazia consigo uma aura, uma vibração, algo que me atraía fortemente. Parecia um íman ao qual eu era atraído sem escapatória. Dei por mim, tarde demais, a observá-lo fixamente. Nada de doentio, mas nada saudável também. Tentei várias vezes desviar o olhar, sem sucesso. Era inevitável. Ele estava ali, a metros de mim. No meio de multidões e só aquela pessoa me cativava. Comecei a questionar-me...Porquê isto? E porquê ele? Comecei a reflectir. Queria respostas. Estávamos em Outubro de 2009. O tempo passava. Eu antes do final do ano provavelmente já gostava dele, mas não me tinha apercebido. Só tinha dado conta daquela vontade de olhar, de falar com ele, basicamente de estar com ele. Não entendia bem o significado do que se estava a passar comigo e não achava isso uma grande coisa, nada de importante. Mas quando comecei a dar conta de que estava perante algo sério, já em 2010, comecei só a pensar em como chegar a ele, de que forma me poderia aproximar. Mal sabia eu de que poderia estar a arranjar um grande problema para a minha vida. Dei conta disso depois da forma como ele reagiu à notícia, em Maio salvo erro. Não foi rude, mas foi frio. Agradeceu a sinceridade, mas deixou bem claro que não queria diálogo, mostrando-se (sem dizer) desconfortável em relação ao assunto. Esteve certo em desprezar alguém que gosta dele? Certamente que não, mas estava no seu direito. Na verdade, ele não me conhecia, portanto não tinha nada a perder. Mas ganhou algo com isso? Certamente que também não. Com remorsos não ficou. Nunca se arrependeu (até onde sei), nunca me contactou de volta, mesmo depois de um segunda tentativa minha. Terei eu me apaixonado por um não-LGBT? Por um heterossexual? Até onde posso eu ir? Até onde posso eu lutar? Até quando ele vai me renegar? Até quando vou eu aguentar? Quero desesperadamente respostas. Quero loucamente uma solução. Não lhe revelei a minha identidade (e sobre essas condições falarei alguns posts mais à frente), embora ele saiba quem eu sou de vista. Não sei se sabe o meu nome. A forma como já me olhou intriga-me. O que estará por trás das nossas efémeras trocas de olhares? Será que ele alguma vez persentiu algo? Será que foram casuais (apesar de algumas) e sem significado para ele? Mais respostas que tanto anseio. Foi assim que tudo começou. E assim continua...
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Próximo post: O contexto, o meio envolvente

Ele...

Antes de desabafar convosco, acho importante falar um pouco da pessoa em questão. Ele...Vamos tratá-lo por H., a inicial do nome próprio. Acho que é o suficiente.
Isto vai soar tão lamechas, mas enfim. Que seja. O H. é a pessoa mais bonita que eu alguma vez vi. Ele é realmente um rapaz, de 20 anos, muito bonito, bem vestido, vaidoso q.b., elegante. Quanto ao aspecto físico, eu fiquei maravilhado logo na primeira vez que reparei nele. Admito ter sido o aspecto físico que me conduziu a esta paixão tão avassaladora. Foi a figura exterior dele que me suscitou tal curiosidade à volta dele. Eu fiquei maravilhado com ele, logo nos primeiros instantes. Quanto à personalidade, eu honestamente não sei muito. Na verdade, nós não somos amigos e mal conhecidos somos. Somos no máximo, colegas muito afastados Duvido que ele saiba o meu nome. O contacto visual que tivemos entre nós foi na faculdade e na rua algumas vezes. E é isso que torna a minha paixão peculiar. Eu não sei explicar porque gosto tanto dele. É como se ele fosse um íman, que me atrai. Eu simplesmente não consigo fugir disto. E posteriormente vou explicar melhor isto. Quanto mais eu quis evitar, mais ele me surgia à frente. A tarefa foi mesmo dificultada. Pelo que vi e percebi, ele é um rapaz bem humorado, divertido, mas também calmo. É também muito amigo do seu amigo, via-o sempre com os mesmos dois colegas da faculdade e vejo que contacta e encontra-se com os amigos de infância do sítio de onde ele vem (ele não é natural de Lisboa, nem eu já agora. Ambos estudamos cá). Outra boa característica dele é ele não ser homofóbico. A sua ideologia política é centro-esquerda (ao que parece), tal como a minha.
O H. é efectivamente a minha paixão (inexplicável), a primeira da minha vida. Ele representa tudo aquilo que eu procuro numa pessoa com quero estar, que quero amar infinitimente. O meu maior desejo na actualidade era ele oferecer-me uma oportunidade de me aproximar dele e retirar-lhe daquela cabeça confusa tudo o que de mau ele pensa sobre mim. Tenho muitas dúvidas em ser bem-sucedido nesse aspecto, mas também tenho muito esperança. Agora preciso de coragem, força e determinação.

Próximo post: "Como tudo começou".