A história; pensamentos/desabafos

São três da madrugada e resolvi escrever. Hoje a meio da tarde fiquei muito nervoso por causa do H. e acabei por dar um passeio nocturno para me distrair.
A questão é que a minha situação tornou-se insustentável. Psicologicamente, sinto-me exausto. Este assunto atormenta-me há meses e desde então que o meu raciocínio intelectual ficou afectado (vide o caso da faculdade). Eu já aqui disse uma vez penso eu, e repito: preciso desesperadamente de uma solução para a minha vida e começo a crer que também preciso de acompanhamento psicológico. Não posso nem consigo viver bem desta maneira. Portanto, tenho de tentar contornar isto. Aproxima-se a hora de mais uma investida. Mas porque é que desta vez correria bem? Pois, eu acho que não correrá mas isso sou eu que já sou pessimista por natureza. Acontece que a a minha situação evoluiu e eu resolvi criar um blogue onde desabafo. Não é algo inovador, mas é pessoal. Sou uma pessoa como outra qualquer, vi-me sozinho e desamparado e isto foi uma forma de lidar com a situação com a qual realmente não sei lidar. Dito isto, pretendo mostra-lhe o blogue, que aliás é sobre ele, basicamente. Pode não gostar, pode ficar furioso, ou desconfortável, ou triste, ou até indiferente. Mas eu precisei disto. E preciso. Fui eu quem se enfiou no quarto a chorar em silêncio para que ninguém percebesse o que se passa. Fui eu que me afastei de pessoas que sempre me quiserem bem. Fui eu que me lixei nos estudos. Eu! E, apesar de em tempos pensar que tinha o que merecia (por ter-me apaixonado sem pedir licença, mais ou menos isto), acho agora injusto. A culpa até pode ser minha, fui eu que procurei isto. Mas custará tanto estender a mão a alguém que lhe quer tanto bem? Falando dos amigos, notei que tem vários. Eu não gosto menos dele que os seus amigos, ele pode ter a certeza disso. No entanto, não tenho direito a pertencer ao mesmo leque. Eu queria entender porquê. O porquê desta frieza, deste desprezo. Eu não o posso odiar por isso. No fundo, fui eu que procurei isto tudo, como disse atrás. Mas ficou difícil para mim. Ele aparecia-me à frente regularmente. E eu até a hoje não sei explicar nem o como aconteceu nem o porquê do que sinto, porque não lidei com ele pessoalemente. Honestamente, não me sinto mais com forças para continuar seja o que for. É duro aceitar que todos para ele têm valor, menos eu. Eu não consigo aceitar. Isso mata-me. Não sei e não consigo lidar com isso. Não fui feito para isso. Por ter nascido assim é que ele despreza-me. E se calhar nesta altura alguns perguntam-se... Mas o que há de errado comigo? Eu acho que nada. Dizem-me "Torna-te modelo. Podias sê-lo". No entanto, sempre tive uma baixa auto-estima por ser como sou. Sempre me fui abaixo com as opinões dos outros. Não entendo o motivo que leva as pessoas quererem destruir o próximo. Sempre sofri com o preconceito e não me estou a fazer de coitadinho. Sofri na pele, mas venci várias batalhas também. Provei muitas vezes que estavam errados a meu respeito. Que não sou tão mau como julgam. Que não sou só aquilo que aparento. De resto, é o que se faz sempre: tira-se uma conclusão acerca de alguém através do que esse alguém aparenta ser e do que representa e não através do que ele é de verdade. Parece que não consigo provar nada a quem mais me interessa. Sinto-me um fracasso. Não tive oportunidade de diálogo, de explicar, nada. Sinto-me censurado por amar. Sinto-me a arder como uma chama, a afogar-me num oceano imenso, sinto-me torturado psicologicamente. É como se eu me estivesse a afogar e ele não me tivesse estendido a mão para me salvar propositadamente. Eu às vezes questiono-me acerca da justiça que existe no mundo, não só em relação a mim é claro. Mas existirá ela? E quando é que surge? Mereço ser condenado por amar? Será que não consigo transformar uma pessoa, esclarecê-la e mostrar-lhe o outro lado? Será que tenho de sofrer o resto da minha vida por simplesmente amar? Será que não tenho esse direito como qualquer um?
Uma vez disseram-me uma coisa muito interessante e tenho pena de já não contactar com essa pessoa. Disse-me que "O céu podia ser verde, mas é azul". Aquela frase ficou desde então no meu pensamento. Eu fico a pensar que as coisas podem sempre acontecer de um jeito, mas há sempre outra alternativa, um outro caminho, uma outra face dos acontecimentos. Que somos nós que fazemos as escolhas, que traçamos os nossos destinos. Neste caso, eu não escolhi amar, admito. Não quis porque sabia que sofreria. Lutei contra isso. Falhei nesse aspecto. Não fui suficientemente forte, calculo. Agora, resta-me sonhar e tentar mostrar o tal "outro lado", mostrar-lhe que eu não sou só aquilo de mau que ele pensa que eu sou. Eu também tenho qualidades, mesmo que isso nunca lhe tenha ocorrido.
E confesso: eu estou envergonhado, nervoso, assustado, desesperado. Como disse, não sei lidar com isto .Eu quis desistir, mas não tive força suficiente. O vazio invadia-me sempre que pensava sobre isso. Eu não sei explicar. Poucos serão aqueles que vão perceber isso. Um dos meus maiores sonhos é que ele possa entender-me um dia, que me dê oportunidade de falar, e depois decida o seu caminho. Eu não posso fazer mais do que isto. Eu cheguei ao meu limite. A partir daqui, o destino fica nas mãos de Deus, a quem eu tenho recorrido regularmente. Porque é que será que eu tenho vergonha disto tudo que acabei de dizer? Que mal terei eu feito para merecer isto? Porque é que será que tenho medo dele e do que ele possa pensar disto quando ler? Não sei responder. Sinto-me como um criminoso. É como se estivesse a fazer algo de ilegal. Sinto-me realmente assim. O SENTIMENTO MAIS PURO QUE HÁ NO MUNDO FAZ-ME SENRTIR CULPADO E ENVERGONHADO. E isto custou-me tanto dizer que é impossível conter as lágrimas. Alguém havia comentado aqui no blogue que oxalá tivesse alguém que o/a amasse assim tanto. Digo-te: também eu. Acredita. Não é fácil amar incondicionalmente sem retorno. Sinto-me como um barco à deriva no mar, como um cometa descontrolado a atravessar o Universo. Perdi o rumo. Deixei de ter gostos que me cativem a valer. Posso afirmar que sou uma pessoa diferente daquela que era há cerca de 10 meses atrás. Afirmo-o com muita tristeza. Nunca pensei chorar na rua, esconder o rosto para não me verem naquele estado; nunca pensei deixar amigos pendurados à minha espera uma noite inteira sem dizer o motivo; nunca pensei deixar de comer por estar infeliz; nunca pensei em sofrer assim. Resta-me humildemente esperar que o pesadelo termine.

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