O meu mundo, as minhas batalhas

Quem segue o blogue poderá ter denotado a minha ausência prolongada. Explica-se pelo facto de me ter sentido pouco à vontade. Em relação a quê? Nem eu sei bem, mas saber que o H. agora tem acesso ao meu espaço, a este espaço, constrange-me de certo modo. É uma sensação forte, mas não é inédita. Ainda agora estou a tremer enquanto digito.
Continuando, mais um ano lectivo, mais uma luta. Sinceramente, não estou nem um pouco interessado mas tem de ser. Já aqui disse, o último ano lectivo foi um desastre, não fui capaz de separar as coisas. Fiz uma grande mistura, deixei-me afectar. E isso foi errado da minha parte. Mas com os erros aprende-se. E eu acho que aprendi e agora vou continuar a minha luta académica. As coisas este ano vão ser tão diferentes. Aquela faculdade está cheia de recordações. Eu cada vez que que vejo o espaço exterior, que entro por aquela porta de entrada, que ando naqueles corredores, tudo, tudo me faz lembrar ele. E este ano são mesmo só lembranças. Pode ser que isso me permita concentrar mais. Tento encontrar o lado positivo das coisas. Embora, no fundo, eu não vejo nada de bom nisso. Outra batalha da minha vida está relacionada precisamente com ele. É como se eu tivesse ido para uma batalha que já estava perdida. Não tive hipóteses de lutar por aquilo que queria. Questiono-me se fosse outra pessoa se ele lhe daria ao menos o benefício da dúvida. Será que o problema sou eu? Será que há alguma coisa de errado comigo? :(
O tempo passa, a vida prossegue, tudo evolui, tudo muda, excepto esta minha paixão. E cada vez que me lembro que vai fazer um ano em Outubro que surgiu o primeiro interesse nele, e como eu tenho aguentado e de pensar quanto mais vou aguentar, entristece-me mas acima de tudo assusta-me. Assusta-me pensar que posso gostar mais de outra pessoa do que de mim, eu que sempre tive um ego do tamanho do mundo. Oxalá eu tivesse tido alguém no passado que gostasse de mim, como eu gosto dele. Sinto alguma revolta por isto ter acontecido, uma situação sem culpados e só com vítimas, as vítimas do destino. Gostaria de recuar no tempo, ser aquele adolescente feliz e sem problemas que eu era, com uma vida calma e sã. Hoje sou uma pessoa totalmente diferente. Moldei-me às circunstâncias. Mata-me perceber que não posso fazer nada, ou mais nada, que estou à mercê de alguém que pouca estima sente por mim, sejam quansi forem as razões. Magoa-me a valer. Ver todos felizes ao meu redor faz-me sentir num mundo só meu. Não me sinto pertencente a este mundo, sinto-me a caminhar num mundo vazio, sem nada nem ninguém, apenas com um longo caminho a percorrer à minha frente. Queria parar, mas não pude. Quero continuar, mas não consigo. As forças vão-se. Eu só peço a Deus, ou o quer que seja que tome conta disto tudo, que nunca ignore todas as lágrimas que derramei nos quase 12 meses mais recentes da minha vida. A minha paixão e o meu sofrimento também são as duas maiores certezas que tenho. Agora não sei é se terei forças suficientes para continuar a caminhar e sair do meu mundo de infelicidade, desilusão e dor e voltar ao mundo real para batalhar. E apesar de sentir imensa vergonha, embora não o devesse, estas foram as palavras de alguém desesperadamente apaixonado.

Deixo uma música do compositor Thomas Newman chamada "That Next Place". Ouço-a sempre à noite. Ajuda-me a reflectir.

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