Assaltado, arrasado

Se eu já me sentia a pessoa mais infeliz do mundo, agora nem sei. Na noite passada fui assaltado aqui em Lisboa, não muito longe de casa (facto que me assusta ainda mais). No príncipio nem percebi, mas acabou por revelar-se um assalto. E já é a segunda vez, infelizmente. A certa altura vejo mais gente na rua, acabei por resistir para chamar a atenção e as coisas pioraram. No fim, o ladrão acabou por levar a minha mochila com todos os bens materiais que mais uso. O prejuízo é enorme. Acabo por perceber que não vale a pena andar com coisas de tanto valor e que a minha futilidade sai cara. Acaba sempre por aparecer alguém e levar o que não lhe pertence. Sinto-me arrasado, não só pelas perdas materiais, mas também pela situação. Ao resistir eu podia ter-me dado mal. Podia nem estar aqui agora a falar. Vi a minha vida por um fio. Estava tão nervoso que nem consegui raciocionar. Quando ia a fugir, vi o assaltante a correr na rua para a qual me dirigia. Corri e saí dali, desesperadamente. Só parei quando cheguei em casa. No fim, acabei por ser ajudado por pessoas que desprezei no passado e senti-me mal por isso. Ironia do destino. E assim denoto que algo vai mal na minha vida. Só queria acordar deste pesadelo que se revela bem real. O H. vai acabar por ser informado, mas não é minha pretensão que ele sinta pena.

0 Response to "Assaltado, arrasado"