Frases sobre derrota

"Faz parte da natureza dos mortais pisar ainda mais em quem já caiu." (Ésquilo)

"Não fazer nada, é ser vencido." (Charles de Gaulle)

"Aceitar a ideia de uma derrota é ser vencido." (Ferdinand Foch)

"O que mais me interessa saber, não é se falhaste mas se soubeste aceitar o desaire." (Abraham Lincoln)

"De repente, fugir tornou-se uma dignidade. Já ninguém aguenta uma derrota. A persistência, a determinação e, sobretudo, a bendita paciência são hoje qualidades desprezíveis. Aguentar e esperar pela próxima oportunidade consideram-se teimosias gananciosas, arrogâncias, estupidezes." (Miguel Esteves Cardoso)

Frases sobre tristeza

"A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada." (Jean Jacques Rousseau)

"Uma história triste agrada sempre. No seu sentido mais profundo, a vida é bela e alegre. Todos nós tivemos já a experiência disso milhares de vezes. Provas sobre provas de que não há primavera sem flores, nem outono sem frutos. Mas, apegados como estamos à aparência de tudo, esquecemos a voz do profundo, e ouvimos deliciados o som da superfície. Temos o vício da tristeza." (Miguel Torga)

"A única coisa que consola os tristes é a tristeza - a alegria irrita-os." (Florbela Espanca)

"Cuidado com a tristeza. Ela é um vício." (Gustave Flaubert)

"A única verdadeira tristeza está na ausência de desejo." (Charles Ramuz)

"A tristeza é um livro sábio que se tem no coração e que nos diz centenas de coisas - impede-nos de apodrecer como um cogumelo debaixo de uma árvore; pouco a pouco vai fabricando uma provisão de ensinamentos para a vida." (Juliusz Slowacki)

"Feliz na tristeza, triste na alegria." (Giordano Bruno)

"Chora aos berros como as crianças até te estafares. Verás que depois adormeces." (Vergílio Ferreira)

Frases sobre timidez

"A timidez é o mais vulgar de todos os fenómenos. O que há de mais vulgar em todos nós é termos medo de sermos ridículos..." (Fernando Pessoa)

"A timidez, inesgotável origem de tantas infelicidades na vida prática, é a causa directa, mesmo única, de toda a riqueza interior." (Emil Cioran)

"Ser tímido em relação a uma pessoa é confessarmos a nossa inferioridade perante ela. Mas tal receio de lhe desagradar, mesmo lisonjeando-a, não a obriga a simpatizar connosco." (Claude Crébillon Fils)

"A timidez é uma condição alheia ao coração, uma categoria, uma dimensão que desemboca na solidão." (Pablo Neruda)

"A timidez é um grande pecado contra o amor." (Anatole France)

Frases sobre vergonha

"Que encontras de mais humano? Poupar a vergonha a alguém." (Friedrich Nietzsche)

"A vergonha é a mais violenta de todas as paixões." (Madame de la Fayette)

"O que torna os tormentos da vergonha e da inveja tão agudos, é que a vaidade não serve para os suportar." (François de la Rochefoucauld)

"A quem chamas mau? Àquele que quer envergonhar sempre." (Friedrich Nietzsche)

"Quem cora já está culpado; a verdadeira inocência não tem vergonha de nada." (Jean Jacques Rousseau)

"Sinto vergonha, logo existo." (Vladimir Soloviev)

Frases sobre fracasso

"O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta." (Benjamim Franklin)

"O fracasso é a oportunidade de começar de novo com mais inteligência e redobrada vontade." (Henry Ford)

"Se tudo mais falhar, a imortalidade pode sempre ser assegurada por um erro espectacular." (John Galbraith)

"Se fracassar, ao menos que fracasse ousando grandes feitos, de modo que a sua postura não seja nunca a dessas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a derrota." (Theodore Roosevelt)

"Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor." (Samuel Beckett)

"Todo o fracasso é o condimento que dá sabor ao êxito." (Truman Capote)

Frases sobre desespero

"O que mais desespera, não é o impossível. Mas o possível não alcançado." (Robert Mallet)

"O desespero é o maior dos nossos erros." (Luc de Clapiers Vauvenargues)

"O desespero ganha muitas vezes batalhas." (Voltaire)

"O desespero é o suicídio do coração." (Jean Paul)

"Aquilo a que chamamos o nosso desespero é frequentemente a dolorosa avidez de uma esperança insatisfeita." (George Eliot)

"Para o desesperado, a partida não parece menos impossível do que o retorno." (Thomas Mann)

Frases sobre paixão

"É-se bem fraco quando se está apaixonado." (Marquês de La Fayette)

"A paixão, tal como a arte, vive só para si: a arte para a arte, a proeza para a proeza, a coragem para a coragem, o amor para o amor, a embriaguez para a embriaguez, o prazer para o prazer. Quem disse que a vida é um sonho? A vida é um jogo." (Gabriele D'Annunzio)

"Um pouco de paixão aumenta o espírito, demasiada apaga-o." (Stendhal)

"A paixão destrói mais preconceitos do que a filosofia." (Denis Diderot)

"Só são paixões as que nos tocam primeiro e nos surpreendem; as outras não passam de ligações a que levamos voluntariamente o nosso coração. As verdadeiras inclinações arrancam-no mesmo quando não queremos." (Marquês de La Fayette)

"Uma paixão tão completamente centrada em si recusa o resto do mundo tal como a água límpida e calma filtra todas as matérias estranhas." (Virginia Woolf)

"A beleza é bela; a paixão, o amor absoluto são mais belos e mais adoráveis." (Joseph Gobineau)

"Há suplício na paixão, e o termo indica-o." (Alain)

"A paixão é uma febre de espírito que nos enfraquece sempre." (William Penn)

"Todas as paixões são exageradas e são paixões apenas porque exageram." (Sébastien-Roch Chamfort)

"Um apaixonado que pensa não é um apaixonado." (Norman Douglas)

"Quem põe ponto final numa paixão com o ódio, ou ainda ama, ou não consegue deixar de sofrer." (Ovídio)

"A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe." (William Shakespeare)

"A maior escravidão é ser escravo das próprias paixões." (Thomas Fuller)

"As paixões têm a sua lógica própria e fabricam injustiças, o que faz com que seja perigoso segui-las. Logo, devemos ser cautelosos mesmo quando aos nossos olhos parecem justificáveis." (François de la Rochefoucauld)

Ateei fogo à chuva

Ateei fogo à chuva. Aconteceu o inesperado. Uma paixão que tanto foi um perigo como uma bênção. Uma paixão que sobreviveu num mundo paralelo, onde ninguém a pôde destruir ou sequer tocar. Uma paixão que desafiou o destino e a probabilidade.
Ateei fogo à chuva. A paixão foi um jogo em que ganhava sempre o mesmo jogador: tu. Agora sei jogar melhor o jogo em que me envolveste e que sempre ganhavas graças à tua indiferença. Agora sei lidar melhor com isto. Já consigo aceitar a tua rejeição sem concordar com ela.
Ateei fogo à chuva. O fogo queimava-me enquanto eu chorava. O meu coração dói, pertence-te, mas tu deixaste-o cair.
Ateei fogo à chuva. Atirei-nos às chamas. Isto doeu e nunca foi simples, nem fácil. Nunca pensei gostar tanto de alguém inalcançável nem tu imaginaste que um dia ia aparecer alguém como eu no teu caminho a aclamar um sentimento impensável. Certo?
Ateei fogo à chuva para ver tudo arder, só para não sofrer mais. O improvável aconteceu e agora só há um caminho: a esperança.

Frases sobre esperança

"Em todas as lágrimas há uma esperança." (Simone de Beauvoir)

"A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero." (Victor Hugo)

"Um dia tudo será excelente, eis a nossa esperança; hoje tudo corre pelo melhor, eis a nossa ilusão." (Voltaire)

"A esperança é um empréstimo que se pede à felicidade." (Joseph Joubert)

"Não há esperança sem medo, nem medo sem esperança." (Bento de Espinoza)

"A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo." (Voltaire)

"As angústias mais cerradas deixam sempre clareira alumiada por uma réstia de esperança." (Camilo Castelo Branco)

"Enquanto há vida, há esperança." (Marcus Cícero)

Frases sobre sonhos

"Não se sonha, ou, se se sonha, é de uma maneira interessante. É necessário aprender a estar acordado da mesma maneira: ou de maneira nenhuma ou de uma maneira interessante." (Friedrich Nietzsche)

"De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos." (Fernando Pessoa)

"O amor é o único sonho que não se sonha." (Paul Fort)

"Nada de grande se faz sem sonho." (Ernest Renan)

"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso." (Fernando Pessoa)

"Sonhar é a felicidade, esperar é a vida." (Victor Hugo)

"Crê nos sonhos, pois neles está escondida a porta da eternidade." (Khalil Gibran)

"Porque é que o sonho é o símbolo do ideal e da beleza, se ele é quase sempre um pesadelo?" (Vergílio Ferreira)

"Os sonhos são como a tradução para uma língua de coisas intraduzíveis de outra; ou como a transposição para linguagem - forçosamente confusa ou complicada - de sentimentos vagos ou complexos, que a redacção normal não pode comportar." (Fernando Pessoa)

"Eu sonho. Por vezes penso que é a única coisa certa que se deve fazer." (Haruki Murakami)

"Os melhores sonhos de todos são aqueles que nos põem a pensar e a mexer. Os únicos sonhos de que vale a pena falar são os que não nos deixam dormir." (Miguel Esteves Cardoso)

Um vazio enorme

Se formos ao dicionário procurar pela palavra "vazio" surge-nos uma definição do género: "espaço sem nada dentro". É exactamente como me sinto. Foi assim que o Hugo me deixou. Sinto-me como um jardim sem flores, como um oceano sem água, como fogo sem chamas. De há alguns tempos para cá que tenho vindo a sentir isto, mas sempre ignorei até não conseguir negar mais a mim mesmo. Sinto um vazio em mim do tamanho do mundo. A minha vida estagnou. Admito. Aquilo que consegui até hoje, nos mais diversos aspectos, não é suficiente para cobrir o vazio que esta paixão deixou em mim. Fracassei. Fracassei por ter nascido justamente assim, fracassei por não ter conseguido aproximar-me da pessoa que mais desejei na minha vida toda, fracassei indirectamente em tudo o resto porque para mim nada faz sentido. E para mim, uma pessoa com um ego elevado transformado em defesa pessoal, admitir uma coisa destas é duro. É duro perder, principalmente aquilo que se quer mais. E o que eu quis foi só compreensão, atenção, respeito, porque sabia que ele não me poderia dar mais do que isso, mas nem isso ele pôde dar-me. Parece que só a minha paixão não fracassou. Lutou contra tudo e contra todos, contra o ódio, contra o preconceito, contra a desilusão, contra a vergonha e venceu. A minha paixão floriu na maior das tempestades. É honestamente a única coisa que tenho como garantida neste momento. Só sei que aquilo que sinto pelo Hugo é perigosamente infinito e isso deixa-me sem chão. :'(
Eu já nem consigo sentir nada que me possa entristecer porque não acontece absolutamente nada. Vi o Hugo algumas vezes nas últimas semanas e é só. Há algo que me está a bloquear. Quero falar com ele, mas sinto alguma coisa a prender-me. Acho que é o medo de reviver toda aquela angústia do ano passado. Mas este vazio está a acabar comigo e faz de mim uma forma sem conteúdo. Sinto-me destruído por dentro. Só vejo vácuo à frente. Não consigo enxergar nada. O futuro é totalmente incógnito.

"O coração precisa encher-se de alegrias ou de dores; umas e outras o alimentam; o que não pode suportar é o vazio." (Alphonse Karr)

Uma frase importante

Eu sou um fã de frases de grandes escritores e filósofos, mas esta mexeu comigo de uma maneira que nenhuma outra conseguiu. Quero acreditar que todas as vezes que chorei não foram em vão, que há esperança, que um dia eu vou conseguir seja lá o que for. Eu choro desesperadamente, mas as minhas lágrimas são todas providas de esperança.

"Em todas as lágrimas há uma esperança." (Simone de Beauvoir)

Mais uma surpresa

Vim passar o fim-de-semana à minha terra natal. Sábado à noite e fui sair. Não que seja algo regular eu fazer ou que a vontade tivesse sido muita mas devido à insistência da minha amiga, lá fui. Até foi divertido. Revi amigos de infância em dois bares diferentes. Depois vim fazer um ceia para a minha casa com duas amigas e saíram daqui há bocado, cerca das 4:30 horas.
Estou sem sono muito por causa do que descobri na sexta-feira. E que descoberta! Foi uma grande surpresa. Mais uma. Como se não bastassem as outras... Ultimamente, têm-me acontecido tantas coisas relacionadas com o Hugo. Estou mesmo à beira de um ataque de nervos. Passando a explicar o que se trata: é algo que eu desejava desde a altura que quis contar ao Hugo o que sentia. Naquela primeira mensagem que lhe enviei no Facebook, em Maio de 2010, eu inocentemente pedi-lhe o número de telemóvel e o email, em alternativa. Obviamente, ele não me deu nada. Onde é que eu tinha a cabeça para pedir algo assim, logo na primeira conversa? Eu era ingénuo, mas ele com certeza pensou antes que eu era um invasor. Errei mesmo fortemente, mas isso já não posso corrigir. Prosseguindo, esta surpresa está relacionada com isso. A forma como consegui não vem agora ao caso, mas eu tenho em meu poder o endereço de email dele, neste momento. Veio parar-me às "mãos" da forma mais tonta que pode haver. Eu fiquei boquiaberto. Não pedi a ninguém. Eu sempre tive oportunidade de obter isto por terceiros, mas não quis. Não quis invadir o espaço do Hugo. Sempre quis respeitá-lo. E respeito-o. Mas também me respeito e respeito o que sinto por ele. E é por isso que tenho de contactá-lo por email. Quero dizer-lhe umas coisas antes de me apresentar formalmente.
Isto tornou-se a minha cruzada. Conquistar a confiança daquele miúdo tornou-se a minha luta. Nas últimas noites tenho sentido um vazio horrível em mim. Tem sido sempre assim quando me vou deitar. E está difícil de suportar. Vou ter de fazer isto, mas se ele respeitar os meus sentimentos por ele ele vai conseguir entender a nobreza dos meus actos. Não queria que ele entendesse a utilização do email dele como uma forma de perseguição. Só estou a tentar provar-lhe que mereço mais do que ninguém a atenção dele. Enfim, foi mais uma surpresa e agora só quero enviar-lhe o bendito email.

O futuro

Estou cada vez mais decidido em andar com isto para a frente. Agora é mesmo. É o meu futuro que está em causa, porque o presente tornou-se insustentável. Estou a preparar-me mentalmente e ando a escrever. Sei que não tenho outra opção se quero dar novos contornos a esta história. Tinha de chegar a este ponto para poder prosseguir. Mas a partir do momento em que eu me apresentar oficialmente ao Hugo, fico exposto. Exposto ao desconhecido, exposto a um mundo invisível que não consigo percepcionar. Tudo na vida tem um preço. Quem adivinharia que em Novembro de 2009, depois daquela aula no auditório, em que vi o Hugo pela primeira vez, ele nunca mais me sairia da cabeça? Pela primeira vez, senti-me vivo, por dentro e por fora. Ele tornou-se a cor no cinzento do meu olhar. Quem adivinharia que aquele meu interesse súbito por uma pessoa que não conhecia de todo, se iria tornar em algo sério depois de eu ter sabido mais acerca? E quem diria que esta paixão, que nasceu sem ser desejada, teria consequências tão nefastas?
Os nossos actos têm consequências e eu, neste momento, preciso de estar bem consciente do que vou fazer e das repercussões que os meus actos causarão. Depois de feito, não há volta a dar. Eu queria muito que ele guardasse segredo sobre a minha identidade, que não me expusesse, mas como já o fez uma vez, duvido que ele me poupe nesta vez também. Principalmente nesta vez em que não vai haver mais nada a desvendar. Se ele me atacar com palavras ásperas ou com pensamentos maldosos, vai estar a atacar-se a si mesmo porque, para o bem e para o mal, eu faço parte dele porque é dele que eu gosto. Mas ele ainda não conseguiu perceber isso, razão pela qual me tem deixado a sofrer assim.
Nos últimos meses, fiquei obcecado com o medo, com a vergonha, com os erros. Eu não tenho que me esconder como um criminoso. Se o meu crime é gostar de outra pessoa infinitamente, então que seja preso imediatamente! Senti-me assim inúmeras vezes, acorrentado, enxovalhado, escravo desta paixão. Enquanto todos se divertiam (incluindo ele) eu chorava, sozinho, num canto do quarto. E garanto que, tal como a minha identidade de género, isso também nunca foi uma escolha. Não posso ser considerado um empecilho tão grande para ele só porque nutri sentimentos que não eram supostos. Honestamente, já nem sei bem o que está certo ou errado. Pensei em tempos que gostar dele era errado, mas agora acho que o que não é certo é eu ter de me esconder dele porque, afinal de contas, o que sinto é humano e inocente.
Ponho-me a pensar em possibilidades, em futuros cenários. É difícil conceber a ideia de que todo o meu esforço não vai dar em nada. Ele possivelmente vai bloquear-me na rede social, vai odiar-me, vai maldizer-me, vai troçar de mim com aqueles amigos que ele tanto venera, mas que estão pouco interessados em respeitar os seres humanos diferentes deles. Ou será que estou a ser demasiado ríspido e injusto? Talvez não. Na outra vez, fizeram-me sentir como um lixo! E isso, será justo?! Por mais que eu me tente mentalizar, eu nunca vou estar preparado correctamente para enfrentar o que aí vem. Nunca! Não suporto a possibilidade de, mais uma vez, ele não comunicar e se remeter ao silêncio. Isso assusta-me e ao mesmo tempo revolta-me porque eu não mereço.
Não quero pensar só nas consequências, quero pensar no impacto. Cansei-me de ser um zero à esquerda. Fazer a diferença é tudo o que quero. E um dia ele vai poder associar o meu nome e rosto à pessoa que mais dele gostou.

Frases

"Amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente." (Fernando Pessoa)

"A paixão sem a razão é cega, a razão sem a paixão é inactiva." (Bento de Espinoza)

"Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade." (Albert Camus)

"Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda-chuva contra um raio." (Fernando Pessoa)

"A paixão é uma febre de espírito que nos enfraquece sempre." (William Penn)

"É-se bem fraco quando se está apaixonado." (Madame de La Fayette)

Reflexões

A noite passada tive um sonho desconcertante. A coisa que mais temo nesta história com o Hugo foi aquilo com que sonhei. Nem me atrevo a mencionar. Só digo que supera o medo que eu tenho da humilhação, supera a vergonha que os outros me fazem sentir por gostar dele, supera tudo isso. Foi horrível, fez-me acordar super abatido embora o alívio tenha sido grande depois.
A presença do Hugo assombra-me em todos os lugares, vejo-o noutros tantos e mesmo assim estamos sempre distantes. Quero-o aqui, mas isso parece-me cada vez mais utópico. Estamos separados por uma fronteira, uma fronteira de preconceito, intolerância, vergonha, e somos de mundos diferentes. Mais do que isso, continuamos basicamente dois desconhecidos. Será possível medir a tragédia que isso representa na minha vida? Mas nunca me farei de desentendido na matéria. Sei bem a razão. Ele fugiu porque tem motivos para isso. Pelo menos na cabeça dele. Só que ao mesmo tempo, não consigo ser racional em relação a isto. Ele pensa coisas de mim que eu gostaria mesmo de esclarecer. Este é o assunto número 1 que mais me fez chorar nos últimos dois anos e, neste momento, sinto-me esgotado psicologicamente.
O Hugo tem estado irredutível. Se bem me recordo, contactei-o umas quatro vezes e só obtive uma resposta. Não sei se ele voltou a contactar-me (parece-me que na última vez ele nem me bloqueou), mas as contas no Facebook que eu usava para o contactar eram falsas e já nem tenho acesso àquilo. O único meio de contacto que ele teria comigo seria este blogue e não o vejo a comentar aqui – é demasiado impessoal e tem demasiada exposição para algo do género. E é por isso que se tornou imperativo apresentar-me oficialmente. Abrir o jogo. Demorou um ano e meio. Faz este mês um ano e meio que lhe falei pela primeira vez. Agora sinto que não tenho outra saída. Não vou utilizar terceiras pessoas, não vou criar mais perfis falsos, não o vou perseguir para obter o email ou número de telemóvel. Não vou mais invadir o espaço dele. Sei que sou indesejado, mas quem merecerá mais a atenção dele, quando sou eu a pessoa que mais o adorou e adora? Por que é que isso é assim tão inconcebível para ele a ponto de me ignorar desta maneira? Queria que ele me explicasse o ponto de vista dele, mas também queria poder demovê-lo.
Sinto-me patético a escrever isto tudo. Não é a primeira vez que sinto isto, confesso. O blogue foi o meu refúgio em tempos de angústia, acreditem. Foi o meu refúgio naquelas alturas em que eu estava bem lá em baixo, em que eu não queria partilhar o meu sofrimento com pessoas conhecidas e sim com desconhecidos por saber que esses nunca me iriam julgar ou condenar. Acho até que “A Minha Intensa Paixão” me salvou quando eu me sentia a cair, me orientou quando eu me perdi. No fundo, ajudou-me a superar o martírio, que na verdade ainda não terminou.
Comecei ontem à noite a redigir a mensagem que lhe vou enviar brevemente. Receio a reacção dele. Desta vez receio mesmo. Desta vez vou ser eu mesmo, ali, a enfrentá-lo. Desta vez ele vai mesmo desvendar o enigma que eu representei ao longo dos últimos meses. Tudo tem um preço. Isto vai doer. Bem sei. Tenho de me preparar para perder, para perder o que nunca tive. Vai ser uma abordagem diferente. Mas como suplicar a amizade a alguém que nos despreza pelo facto de simplesmente sentirmos o que sentimos? Seja lá qual for a forma, eu finalmente encontrei a luz ao fundo do túnel. O problema agora é ter forças para chegar ao fim.
Seja lá o que acontecer, eu já venci algumas batalhas. A minha vida começou a mudar, a partir de Julho. Finalizar a licenciatura foi a minha maior vitória até hoje. Teve um sabor especial, ainda para mais porque eu estive a um ponto de desistir. Aquela faculdade fazia-me mal à alma (e agora tudo se repete mas isso é outra conversa, que até já mencionei). Andei ali mais um ano, a sentir a presença dele. Em Outubro, obtive outra vitória. Ser admitido na pós-graduação fez-me sentir forte, fez-me acreditar mais em mim, que eu podia eventualmente chegar ao topo. De certa forma, emancipei-me. Hoje sou um ser humano que, como qualquer outro, teve as suas alegrias e tristezas, mas que chegou onde muita gente não chegou: e esse sítio que se chama ter orgulho em nós próprios. É certo que não nasci da forma que eu queria. E, ironicamente ou não, esse é o factor que afasta o Hugo de mim! À partida, não era suposto ter orgulho em mim. Mas quando me conceberam ninguém me perguntou: queres nascer rapaz ou rapariga? Honestamente, eu não me adoro. Não represento aquilo que eu queria ser na verdade, mas sou assim. E nunca se tratou de uma escolha. Foi sempre um dado adquirido. A minha identidade de género mandou-me abaixo vezes sem conta e os outros com quem lidei sempre fizeram questão que assim fosse. Mas não morri e conquistei coisas de que me posso orgulhar. Consegui amadurecer, consegui formar-me, consegui sobreviver no meio da escuridão, no meio do preconceito e do ódio. E isto tudo faz-me pensar muito… Que talvez não seja boa ideia tentar trazer o Hugo para o meu mundo, aborrecê-lo com as minhas inseguranças, basicamente, com o meu drama. Embora eu tenha trunfos – a minha paixão, a minha amizade, a minha dedicação – será que eles são uma boa moeda de troca? Um dia ele dar-me-á essa resposta, um dia que já esteve mais distante.

Surreal

Esta quinta-feira, à tarde, vivi um momento surreal. Embora não tenha aula às quintas-feiras, desloquei-me à faculdade (instituição de pós-graduação no caso) para tratar de um assunto. A vontade era nula, ainda por cima estava a chover, mas eu tinha de lá ir. Quando lá cheguei passei-me logo porque a secretaria só reabria às 17 horas. Aquilo foi logo um presságio, julgo eu. Tive de esperar meia-hora e decidi ir para a recepção da biblioteca ou lá o que é aquilo. Basicamente, e passo a explicar, eu estava no sítio que dá acesso às salas de leitura. Toda a gente tem de passar por aquele recinto para ir ou sair dessas salas. Eram quase 17 horas, saí dali e comecei a dirigir-me para a secretaria. Quando vou no corredor, olho para o lado direito e vejo o Hugo, do outro lado, a ir para as escadas. Eu, mais uma vez, fiquei atónito. Ainda por cima ele vinha, nada mais, nada menos, com um dos seus amigos/colegas que, inclusivamente, me ridicularizou (sem sequer me conhecer, obviamente) na época em que eu contei ao Hugo o que sentia. Eu, ali, naquele momento, só pensava no facto de estar a viver tudo de novo. Custou-me mesmo. De mencionar também que se eu tivesse ficado no mesmo sítio onde estava (recepção da biblioteca ou lá o que é aquilo) eles iam esbarrar praticamente em mim. Bem-dita a hora que eu saí dali. Depois de tratar do meu assunto, ainda fui ao centro de fotocópias e fui então embora. Estava a chover horrivelmente naquela altura e eu estava à espera do autocarro. Houve uma parte em que eu olhei para trás e olhei para a porta da faculdade e pareceu-me ele outra vez. Olhei de novo e confirmei que era mesmo. Não sei bem como me senti com aquela tortura psicológica toda. Eu continuava incrédulo. Era a segunda vez que ele aparecia em mais ou menos meia-hora. Mas isto ainda piorou... Ele mal viu o 'nosso' autocarro (isto soa irónico, mas pelos vistos eu uso o mesmo que ele quando quero ir para casa), correu para o apanhar. Eu recusei-me em entrar com ele. Optei por ficar ali fora, à chuva, ao frio. Apanhei o autocarro seguinte. Ele se calhar ainda julga que sou eu que o persigo. Não sei se ele me anda a ler aqui (a minha intuição diz que sim, pelo menos), mas fique bem ciente que hoje fui eu que não quis estar por perto. Expus-me ao mau tempo só para não ter de ir outra vez com ele no mesmo autocarro. Não sei o que se está a passar. Estas situações estão a destruir-me. Isto é surreal, parece um pesadelo.

Isto é desesperante!

Não, isto não é fita. Se há coisa que detesto é chamar a atenção despropositadamente. Mas esta história adensa-se e começa a enlouquecer-me. Isto que vou contar é inacreditável, principalmente para mim. Esta quarta-feira à noite voltei a ver o Hugo. Começa a acontecer a um ritmo semanal e eu percebi que não estou preparado para suportar todos estes encontros como aguentei naquele ano lectivo. Hoje saí mais cedo da aula (eram umas 8 horas da noite), ainda fui tratar de umas fotocópias e fui esperar o autocarro que, por sua vez, demorou. Eu estava já a perder a paciência e entrei logo quando chegou. Quando as portas daquilo iam a fechar entra repentinamente o Hugo. Eu naquele momento acho que nem pensei em nada como na outra vez. Fiquei perplexo, sem reacção, estava em negação, não queria acreditar. Foi um momento surreal. E agora estou aqui em casa e ainda mal acredito que vim aquele caminho todo, no mesmo espaço que ele, a fingir, a agir como se nada fosse comigo. Foi horrível. Contrariamente às outras vezes eu nem estava nervoso. Estava bastante sereno, mas deveras abatido. Triste porque percebi ali que isto nunca esteve destinado a acabar como eu pressupus ou desejei. Ele foi mesmo para o fundo do autocarro e eu só voltei a olhar para ele quando saí. Ele nunca denota a minha presença. Sou quase invisível para ele, mas ao mesmo tempo tenho medo de deixar de ser. Para a próxima, como vai ser? Senta-se ao meu lado? Eu não consigo assimilar isto. Não mereço isto e estou cansado destas coincidências bizarras. Isto magoa-me. A minha alma sente-se mutilada. Estou a sofrer e não estou bem. Hoje bati no fundo. Cheguei a casa com as lágrimas nos olhos, mal conseguia subir as escadas do prédio (foi ali que eu pude finalmente chorar à vontade e foi um grande alívio). Estes momentos em que choro sozinho custam-me, ainda para mais porque eu não consigo parar logo. Os meus olhos secaram e agora ardem. Aqui em Lisboa é bom chegar a casa e poder, por exemplo, chorar à vontade sem ter ninguém por perto, mas esta solidão também não me está ajudar. Se tivesse alguém ao meu lado, naquele momento, tinha reagido de outra forma.
Eu tenho de frisar isto novamente: não fui eu que escolhi o Hugo. Há qualquer coisa em mim que se sente anormalmente e inexplicavelmente atraída pelo aspecto dele, pela maneira de ser dele, no fundo, pela essência dele. Sinto que ele completa-me como ser humano. Isto nunca me aconteceu na vida, só com ele. Estou doente de amor. Sou um ser humano infinitamente apaixonado por outro ser humano. Preciso definitivamente de lhe pedir ajuda, preciso que ele acabe com esta indiferença ou eu vou acabar mesmo muito mal. Será que ele vai-me auxiliar? O meu estado é tão lastimável agora, que até acho que ele poderia ponderar. Foi hoje que percebi o quão ilimitado é o que sinto por ele e isto é desesperante. :'(