Isto é desesperante!

Não, isto não é fita. Se há coisa que detesto é chamar a atenção despropositadamente. Mas esta história adensa-se e começa a enlouquecer-me. Isto que vou contar é inacreditável, principalmente para mim. Esta quarta-feira à noite voltei a ver o Hugo. Começa a acontecer a um ritmo semanal e eu percebi que não estou preparado para suportar todos estes encontros como aguentei naquele ano lectivo. Hoje saí mais cedo da aula (eram umas 8 horas da noite), ainda fui tratar de umas fotocópias e fui esperar o autocarro que, por sua vez, demorou. Eu estava já a perder a paciência e entrei logo quando chegou. Quando as portas daquilo iam a fechar entra repentinamente o Hugo. Eu naquele momento acho que nem pensei em nada como na outra vez. Fiquei perplexo, sem reacção, estava em negação, não queria acreditar. Foi um momento surreal. E agora estou aqui em casa e ainda mal acredito que vim aquele caminho todo, no mesmo espaço que ele, a fingir, a agir como se nada fosse comigo. Foi horrível. Contrariamente às outras vezes eu nem estava nervoso. Estava bastante sereno, mas deveras abatido. Triste porque percebi ali que isto nunca esteve destinado a acabar como eu pressupus ou desejei. Ele foi mesmo para o fundo do autocarro e eu só voltei a olhar para ele quando saí. Ele nunca denota a minha presença. Sou quase invisível para ele, mas ao mesmo tempo tenho medo de deixar de ser. Para a próxima, como vai ser? Senta-se ao meu lado? Eu não consigo assimilar isto. Não mereço isto e estou cansado destas coincidências bizarras. Isto magoa-me. A minha alma sente-se mutilada. Estou a sofrer e não estou bem. Hoje bati no fundo. Cheguei a casa com as lágrimas nos olhos, mal conseguia subir as escadas do prédio (foi ali que eu pude finalmente chorar à vontade e foi um grande alívio). Estes momentos em que choro sozinho custam-me, ainda para mais porque eu não consigo parar logo. Os meus olhos secaram e agora ardem. Aqui em Lisboa é bom chegar a casa e poder, por exemplo, chorar à vontade sem ter ninguém por perto, mas esta solidão também não me está ajudar. Se tivesse alguém ao meu lado, naquele momento, tinha reagido de outra forma.
Eu tenho de frisar isto novamente: não fui eu que escolhi o Hugo. Há qualquer coisa em mim que se sente anormalmente e inexplicavelmente atraída pelo aspecto dele, pela maneira de ser dele, no fundo, pela essência dele. Sinto que ele completa-me como ser humano. Isto nunca me aconteceu na vida, só com ele. Estou doente de amor. Sou um ser humano infinitamente apaixonado por outro ser humano. Preciso definitivamente de lhe pedir ajuda, preciso que ele acabe com esta indiferença ou eu vou acabar mesmo muito mal. Será que ele vai-me auxiliar? O meu estado é tão lastimável agora, que até acho que ele poderia ponderar. Foi hoje que percebi o quão ilimitado é o que sinto por ele e isto é desesperante. :'(

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