A linha interminável da vida

Hoje é provavelmente um dos dias em que me sinto pior. Eu quase não arranjo palavras para descrever. Sinto-me mal. Apetece-me tomar calmantes e dormir. Parece-me a única solução no momento. Uma série de coisas vão mal na minha vida. A minha identidade (o meu eu), a minha dependência familiar, os azazes (2 assaltos, não conclusão do curso), a escolha do curso, a permanente desconfiança que sinto de outrém, o desprezo que O H. tem por mim. Tudo junto forma uma avalanche de emoções e sentimentos em mim que não consigo descrever facilmente. A bola de neve vai rebolando e crescendo, enquanto eu sinto-me cada vez pior. O balão enche tanto que a uma certa altura rebenta. Estou muito cansado de me fazer de forte e de ter que provar a todos que o sou e que sou o melhor em tudo,que aguento tudo. Não sou nem quero ser. Chorar alivia, mas não ajuda nem resolve. Quando estou sozinho num canto, no chão, oxalá tivesse o H. a apoiar-me. Isso bastar-me-ia. Mas agora parece-me tão improvável. Em tempos não o foi. A minha vida está um caos. Tenho de admitir. Não sei o que fazer. Sinto que perdi de vista quem sou. Já é difícil de ver, quanto mais de encontrar, na escuridão de esconderijos em que me refugio. Gostaria de dizer que vou em círculos (era sinal de que ia algum lado), mas não. Vou numa linha interminável. Dois passos para a frente e três passos para trás, enquanto a minha própria vida está parada.

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