O destino

Hoje comecei a reflectir imensamente sobre aquilo a que se dá pelo nome de destino. No dicionário, a palavra "destino" refere «personificação da fatalidade a que alguns supõem sujeitas todas as pessoas ou coisas no mundo; fado; sorte Fim, termo Vida, existência Rumo, arrumação».
Esta definição tem-me assombrado desde então. Será possível que tudo o que acontece no mundo já tem um destino delimitado? Será que mesmo antes de eu revelar o que sentia já estava destinado a falhar e a ser ignorado pelo H.? Será que esse é o meu fado, a minha sorte, a minha vida, o meu fim? Mas até onde é que o destino é implacável e até onde é que não é? Será que está ao alcance do ser humano mudar o rumo da sua existência, mesmo que ele já esteja previamente traçado?
Além de destino, existe outra coisa: justiça. E não entendo porque é que ela não me ajudou a travar esta guerra contra o destino. De um lado, o destino, a improbabilidade e até a impossibilidade e todo o resto contra mim, e do outro lado eu e a justiça. Como disse anteriormente, fui para uma batalha que já estava perdida mesmo antes de começar. O que me aconteceu foi injusto. E esta é a minha opinião, à qual tenho o direito de recorrer. Não há justiça. Mas talvez não se trate de justiça. Trata-se de algo que não posso escolher. Como afirmei antes, penso que se trata do destino. E agora que sei a verdade, quero as respostas.
O que me magoa mais é saber que na minha vida não aconteceu nada de especial em 22 anos. A minha paixão, nos tempos iniciais, foi aquilo que me fez querer respirar, cantar, dançar, rir, no fundo, viver. Quando percebi que aquilo não era um conto de fadas, foi como tirar uma guloseima das mãos de uma criança. A única coisa que tinha realmente dado sentido à minha vida foi me negada. Não o estou a culpar, estava no seu pleno direito. Quando ele me negou diálogo também estava no seu direito. Acontece que isso não mudou nada. O sentimento ficou, inflamou e rebentou e por consequência levou-me atrás dele. Porque é que a vida tem de ser tão cruel, ou o chamado destino, que seja?
Enquanto vou ardendo no inferno, vou continuar a amar incondicionalmente. As forças começam a desaparecer. Olhar para trás, relembrar o passado, destrói-me. Olhar para a frente, pensar no futuro, provoca-me ansiedade e medo. A minha vida parou. Vivo exclusivamente o presente. O meu maior medo, em tempos, foi nunca ter coragem para contar-lhe. Agora que contei, o meu maior medo é que ele não acredite nisso verdadeiramente. Se bem que ele agradeceu a minha sinceridade. Tenho medo de falar ou gritar do abismo, da ponte, do cume da montanha, de onde for, e que ele não me esteja a ouvir. Parece que só me resta confiar no destino e que este se torne meu aliado.

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