O contexto, o meio envolvente

Desta vez, vou falar-vos de tudo o que envolve a minha paixão e a forma como lido com isso. Posso começar por dizer que não é um mar de rosas. Vejo tudo escuro à minha volta. Tudo muito sombrio. É como se estivesse sozinho nas trevas. Será que estou?
Eu nunca pedi a ninguém, desesperadamente, para gostar de mim mas acho que muita gente julga-me sem me conhecer bem. O H. fê-lo. Os amigos também. Depois de eu contar-lhe, na primeira vez, parece-me que ele absorveu aquilo sozinho e não partilhou com ninguém. Mas no segundo contacto, ele contou aos dois colegas com quem andava mais na faculdade, pois estes em seguida apareceram-me com convites, com segundas intenções creio, no Facebook (trata-se de uma conta alternativa, não a principal por precaução). Confesso, que eram duas pessoas que não me inspiravam confiança e tive-os em mente antes de contar as coisas ao H., porque temia pela minha identidade Tanto que devem ter contado a mais não sei quem, como se isto tivesse muita graça. Eu tornei-me um palhaço, tornei-me uma piada para aquela gente. É triste saber que estes eram estudantes universitários levianos e homofóbicos. Parece que a minha paixão falou mais alto e eu destemi enquanto temia. O resultado não me foi totalmente inesperado, mas ainda assim fiquei em choque. Eles foram para a página virtual do H. gozar com a situação, comigo especificamente, mas sem nunca fazerem uma alusão concreta ao sucedido. Depois de ver aquilo, fiquei em choque, chorei, gritei, pensei que daquela noite não passaria. Pensei que estava tudo perdido. Enfim, eu tenho tendência para o exagero. Quem me conhece sabe. Acontece que tudo à minha volta, e tendo em conta este acontecimento, não me dava coragem para lutar pelo que eu realmente quero na vida actualmente: ele. O “tudo” refere-se ao preconceito, à incompreensão, à intolerância, à insensibilidade e à crueldade das pessoas. Não é animador nem incentivador, pois não? Eu sei. Mas porque hei-de eu ralar-me com pessoas que nunca fizeram nada por mim? Que nunca contribuíram para a minha felicidade? São amigos dele, não meus. Tenho muito medo de me meter num ninho de cobras venenosas. Eu tenho de respeitá-lo e às pessoas de quem ele gosta, mas e se elas não me respeitam? Como ficamos?
Eu tenho de ter amor próprio. Sou um ser humano, como outro qualquer. E choro enquanto escrevo isto. Observo as estrelas, enquanto redijo. Quero acreditar que sou capaz de seguir em frente e lutar pelo que quero. Que não há crueldade no mundo que vai apagar o que sinto por este rapaz, que não são estas pessoas que me vão fazer parar. Quero acreditar que a maldade de certas pessoas, estas, vai ser punida de alguma forma, futuramente. Quero acreditar que cada lágrima que chorei por causa delas vai ter retorno e que nenhuma foi em vão. Quero acreditar que vou saber perdoar todos aqueles que me fizeram sofrer por simplesmente amar.

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