Será possível perder o que nunca se teve?

O meu primeiro post, em 2012. A minha ausência foi propositada. Precisei de um tempo para mim. A minha cabeça estava desarrumada como uma gaveta e não está muito melhor. Só que tentar fugir não adianta, nem resolve nada.
Há várias coisas de que quero falar futuramente e hei-de ir publicando mais posts ao longo desta semana. Por agora, vou apenas racionar um pouco sobre a questão que coloco no título: "Será possível perder o que nunca se teve?" Eu ando a pensar tanto nisto. Esta sensação não me larga. Se o Hugo nunca esteve comigo, é porque não estava destinado. Mas eu também não quero pensar que o destino seja fatal, vinculativo. Acredito que há muitas coisas que estão ao nosso alcance, através das nossas acções, da nossa perseverança, da nossa insistência. Eu não desisti do Hugo, mas também já não acredito mais nisto. Não me quero iludir mais. Não quero imaginar mais que se cair aos pés dele a chorar que ele me vai estender a mão. Sei que gosto dele, que isso é certo, que isto dura desde o final de 2009 e é isso. O resto são inconstâncias. A minha ingenuidade já não me deixa mais cego. Consigo ver tudo com muita clareza agora. Construí castelos de areia no ar e tudo desmoronou. Senti-me no fim da linha, perdi o chão e por mais péssimo que me possa sentir, pior estado de espírito do que aquele não existe. 2011 foi ainda pior do que 2010. Não quero voltar mais para aquela escuridão, mas ela persegue-me e pela frente só tenho uma vasta neblina. Não vai ser fácil.
É como se tivesse perdido algo que nunca foi meu, algo que nunca me foi destinado. Mas ele era alguém que eu almejava como se não houvesse amanhã. Mergulhei num mar de expectativas, rodei num furacão de possibilidades e mesmo assim teve lugar quase o pior dos cenários.
Perdi a luta, o sonho ficou. Perdi... perdi sim, aquilo que nunca tive mas que povoou os meus sonhos, pensamentos e desejos mais escondidos. Perdi, o que tenho e o que não tenho. As minhas lágrimas comprovam-no e um dia espero que elas tenham valido a pena. Até porque num dia perdemos, mas no outro já estamos a ganhar.

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