Beco sem saída

Ando tão nervoso, uma verdadeira pilha de nervos. Dou voltas e voltas à minha cabeça, à procura de uma solução para isto. Parece um caso de vida ou morte. Um ano e meio nesta situação ultrapassou os limites do aceitável. De lá para cá ando a correr, de um lado para o outro, à procura de uma saída. E infelizmente não encontrei nenhuma até agora.
Há tantas coisas que ainda tenho por dizer. No meio disto, felizmente, aconteceu alguma coisa positiva. Estou a um passo de terminar oficialmente a minha licenciatura e espero brevemente poder ir tratar da minha candidatura ao mestrado. Também já tenho em vista o estágio, mas uma coisa de cada vez. E pensar nisto deixa-me desconfortável, porque já não sou a pessoa segura e decidida que fui em tempos. Pelo menos, tenho seguido com a minha vida para a frente.
Mas é óbvio que o Hugo não me sai da cabeça. Não há um dia que eu não me lembre dele, que não visualize o seu rosto na minha imaginação. E porquê, depois deste tempo todo? Não faço ideia. Só sei que ele não me "larga". E quando penso que gosto assim de alguém que não me quer na sua vida, abate-se uma tristeza sem dimensão sobre mim. Não há espaço para mim na vida do Hugo. Nunca houve. Eu não vou criticá-lo, já disse. Cada um escolhe o melhor para a sua vida. Eu só tenho que aceitar e mais nada. Se para ele toda e qualquer pessoa é mais importante e mais merecedora da sua amizade do que eu, o que é que eu hei-de dizer-lhe ou fazer para contrariar isso? Seria incoerente da minha parte. As coisas são como são. Mas ficar neste anonimato também não quero nem vou ficar. Prefiro que nos tornemos inimigos, embora isso nunca vá acontecer porque ele não é assim. Coloquei este rapaz num pedestal de tal maneira que agora ando à procura de uma forma de ganhar relevância na sua vida. Rebaixei-me. Sinto-me humilhado sem o ter sido efectivamente. A humilhação também é algo que me assusta. Eu não vou fazer juízos de valor sobre ninguém que não conheço pessoalmente, mas creio que há ali algumas pessoas à volta dele que não perderiam a oportunidade de me "atacar" com preconceitos mal ele lhes contasse (como já fez anteriormente). E aí reside um grande problema para mim. O medo da humilhação tem estado a impedir-me de ir atrás da única pessoa que até hoje me fez sonhar, gritar de agonia, chorar, tremer e sei lá mais o quê. No fim de contas, esta é a batalha entre o medo da humilhação e o amor que eu sinto. E mesmo que eu sinta que isto não vai dar em nada, eu sei que a minha paixão vai eventualmente ganhar por ser mais forte. Enquanto isso não acontece, não consigo sair deste beco sem saída.

1 Response to "Beco sem saída"

  1. Mércia Says:

    Oi Miguel!!!

    Cá estou novamente a acompanhar a tua agonia.
    Tem três coisas na vida que é preciso ser radical: escolher, fechar os olhos e ir!
    Enfrenta seus medos em prol da sua felicidade, pois voce merece ser feliz!!! Desejo-lhe boa sorte :)

    Beijos!
    Mércia