A fraqueza

Decidi modificar o anteriormente chamado título “passeio da noite” para algo mais abrangente. O meu fim-de-semana foi agitado mas pouco valeu para me levantar o astral. Ontem, sábado à noite, fui jantar com uma pessoa amiga e depois fui sair à noite. Hoje tive uma festa de aniversário para a qual não estava minimamente empolgado. Na noite de sexta-feira, da qual vou falar mais aprofundadamente, fui arejar e tentei não pensar somente em coisas ruins. Enquanto estive no jardim, pensei naquelas vezes mais significativas em que estive ao pé do H., na faculdade. Sempre que penso nisso eu sorrio involuntariamente. Não só pela felicidade que isso me dá, mas pela piada que acho à situação. É que em todas essas circunstâncias, em que nos encontrávamos nos mesmos espaços físicos ao mesmo tempo, eu ficava uma pilha de nervos. Lembro-me que, só por causa da presença dele, o meu coração parecia que ia explodir tal era o aceleramento do ritmo cardíaco. Mas nem tudo é um mar de rosas e bem sei. Naquela noite, as lágrimas vieram-me aos olhos durante o turbilhão de pensamentos e memórias que me invadiram. Enquanto os carros circulavam, as pessoas passavam e a água do lago corria, estava ali eu, só e triste. Comecei então a pensar no lado mau. Em como eu sou fraco em enfrentar esta a situação, em como não consigo reagir uma tomar uma atitude mais drástica. Sinto que nada do que eu possa dizer ou fazer vá adiantar de alguma coisa. Chegou o momento em que cabe a ele reflectir e optar. Fazer-me sofrer como tem feito não vai matar aquilo que eu sinto. Queria tanto que ele abrisse os olhos e percebesse isso. Afinal, e ironicamente, eu sou uma das pessoas que mais gosta dele. Quanto a isso não restam dúvidas, espero que para ele também não. Penso que só me resta chorar em frente a ele. Vitimização não combina comigo, mas é isso que me apetece fazer. Chorar à frente dele. Mostrar a minha fraqueza. Sinto-me um perdedor. Perdi o que nunca tive e perdi aquilo que mais anseio na vida. Quero um término à minha desilusão. Preciso de uma resolução. Tenho me questionado se será pedir muito ser amigo da pessoa que respeito e gosto? Será que não tenho direito a fazer parte da vida dele, do seu dia-a-dia tendo em conta tudo o que sinto? Uma vez disse, e repito: o que o afasta de mim é mesmo aquilo que eu sinto por ele. Ironia do destino. E enquanto ele resiste, eu insisto, mas além de eu ter insistido, enfraqueci. E a minha fraqueza é não conseguir provar-lhe o quanto isto é sério e doloroso, é sofrer sem poder fazer nada enquanto espero por um milagre, é sentir-me a morrer e a vê-lo cada ver mais longe no túnel, é sentir-me a afogar e saber que só ele pode estender-me a mão para me salvar. A minha impotência em provar-lhe a importância que ele tem na minha vida e o quanto é essencial eu ser importante para ele é a minha derradeira fraqueza.
Vou partilhar uma música que é pertinente ao caso, uma vez que estou a sentir-me fracassado e frustrado por não ter conseguido concretizar o meu objectivo. É instrumental e chama-se “My Weakness” (Moby). O respectivo vídeo que a acompanha é altamente inspirador.

2 Response to "A fraqueza"

  1. Raquel Says:

    Miguel, é impossível uma pessoa ficar indiferente à tua situação. Primeiro, quero dizer que não acho bem que ele te ignore dessa maneira, mas tenho a certeza que já te puseste no lugar dele. Dá-lhe mais tempo. Sabes que as pessoas são preconceituosas por natureza. Quebrar essa barreira não é fácil. Ainda para mais dependendo do meio onde se vive. Mas não desesperes que se ele for mesmo espectacular como descreveste posts abaixo, ele há-de quebrar essa barreira com o tempo.
    Depois, venho dizer-te que encontei o teu blogue por acaso, e uma das coisas com que mais me identifiquei foi com a história dos amigos que referiste há uns posts atrás. Isso aconteceu comigo. Foram os amigos do meu ex-namorado que destruíram o meu relacionamento anterior e passavam a vida a gozar comigo e a criticar-me sem eu nunca ter-lhes dado confiança ou importância. Não deixes que sejam os amigos dele a afastarem-te e a fazer-te desistir. Tu não os podes impedir de gozarem contigo, mas podes impedir de te afectarem. Eles não te são nada, não te conhecem. Luta contra isso e não vás abaixo. Estou completamente solidária, porque sei bem o que isso é. Experiência própria.
    Fico a torcer. Beijo.

  2. Miguel Says:

    Agradeço as palavras, Raquel. No início, deitou-me mesmo abaixo saber que ele tinha contado a alguns amigos, é natural, mas que esses amigos gozaram. Senti-me mesmo mal com isso. Lembro-me de naquela noite ter ficado a tremer, de ter chorado sei lá quanto tempo e ter quase vomitado com nervos. É algo que nunca mais me vou esquecer, infelizmente.