Cronologia dos acontecimentos

Fazer esta cronologia e apresentá-la aqui para quem quer ler foi uma prova de fogo para mim. Trata-se da minha vida e da minha intimidade, mas isto é uma escolha. Já escrevi e publiquei dezenas de posts neste blogue, muitos deles fizeram-me chorar muito. Pensar neste assunto, mas de forma mecânica, ou seja, pensar na sucessão de acontecimos de forma técnica e precisa foi um esforço muito grande, mas eu precisava de organizar as ideias. Estou profundamente em baixo. Estou aparentemente calmo, mais empenhado nos estudos, mas à medida que o faço vou morrendo por dentro de dia para dia. Olhando para as datas, mal consigo crer que gosto do Hugo há tanto tempo. É inacreditável! Nunca me vi em tal situação. Ele tem efectivamente um grande significado para mim. Não há como fugir disso. Teria sido tudo muito mais fácil se ele me tivesse maltratado: aí eu percebendo que ele não valia nada acabaria por esquecê-lo, mas não. Ironicamente, para mim, aconteceu tudo da pior forma possível. O Hugo definiu, sem saber, o caminho que segui. Optei por não desistir dele, mesmo depois de me deparar com a indiferença dele e estou a preparar-me para sofrer as consequências da minha insistência. Mas na verdade acho que já não sinto o medo que senti outrora. Acho que prefiro o pior cenário possível, em vez de ficar quieto e pensar nas possibilidades. Isso não ia resultar para mim, de qualquer maneira. Só me resta, como tenho vindo a dizer, ter esperança.

• Novembro de 2009: reparo pela primeira vez no Hugo, sem sequer imaginar o que poderia vir a seguir.
Dezembro de 2009: surge um interesse claro no Hugo da minha parte. Dou por mim a observá-lo fixamente à distância, sempre que me deparava com ele.
• Janeiro de 2010: surge-me uma vontade imensa em querer contar o que sinto por ele.
• Fevereiro/Março de 2010: passo os dias a pensar desesperadamente numa forma (meio de contacto) de lhe contar o que se passa e o que sinto.
• Abril de 2010: realizamos um exame na mesma sala. Eu, muito nervoso e não conseguindo evitar, olho para ele várias vezes, mas ele (in)felizmente nunca se apercebe.
• Final de Maio de 2010: encontrando finalmente um forma de contacto, num impulso, conto-lhe que gosto dele, mas sem me apresentar. Após a reacção fria, mas educada fiquei com duas certezas: que errei na forma como lhe contei e que ele é mesmo boa pessoa como eu deduzi.
• Junho de 2010: volto a contactá-lo, mas desta vez não obtenho qualquer resposta. Não sei qual a opinião concreta dele acerca do assunto ou de mim, mas sei que torno-me um motivo de troça para os colegas mais próximos dele a quem ele contou sobre história.
• Julho de 2010: cada vez mais triste, chorar passa a ser uma actividade recorrente no meu dia-a-dia. Com pouca concentração, dado o meu estado, realizo outro exame e mais uma vez no mesmo espaço que o Hugo. Na altura, considero o sucedido uma tortura psicológica. Na mesma semana, talvez dois dias depois, cruzamo-nos na rua quando eu me dirigia para o centro comercial Colombo. Ele olha-me de uma forma diferente, mas provovalmente não foi nada.
• Agosto de 2010: crio o blogue "A Minha Intensa Paixão". Sinto-me a explodir por causa de tudo que o que está a acontecer, mas finalmente encontro um modo de desabafar a qualquer hora.
• Setembro de 2010: para somar mais um azar à lista, acabo por sofrer um assalto. Completamente desolado, conto ao Hugo o que me aconteceu e aproveito para informá-lo acerca do blogue. Foi a terceira vez que lhe falei.
Outubro de 2010: é o aniversário do Hugo. Dou-lhe os parabéns e esperando um agradecimento, não obtenho rigorosamente qualquer resposta. Tinha esperança que com tudo o que me estava a acontecer e com aquela amabilidade ele amolecesse. Mas não. Mais uma vez perdi.
• Dezembro de 2010: começo a criar prazos para me apresentar. Primeiro, decido que iria revelar-lhe quem eu era na noite de Natal. Não consigo e adio para a passagem do ano e mais uma vez falho o objectivo.
• Fevereiro de 2011: é o meu aniversário e decido que vou contar-lhe no meu dia de aniversário. Desaconselhado por outrém a não fazê-lo nessa ocasião, não o faço e acabo até por divertir-me sem pensar nos problemas.
• Abril de 2011: fim da linha, fim do medo. Percebendo que não tenho nada a perder apresento-me finalmente ao Hugo.

2 Response to "Cronologia dos acontecimentos"

  1. José Says:

    Este foi dos melhores posts. Dos que mais gostei de ler. Foi sincero, foi verdadeiro e foi sentido...

    Acho que não deve ter sido nada fácil fazer este texto, esta cronologia!Deve doer.
    Mas como diz a música "Quando doi não é amor"...

    Em Março o Hugo irá saber, espero que com isso consigas dar um rumo a tua vida, tu precisas e sei que vai ser muito melhor por ti.

    Eu torço por ti, e sei que muita gente torce!

    Força, do fundo do meu coração!

  2. Sofia Says:

    Ando a ler-te há algum tempo e falo por mim...Cada vez mais envolvo-me na tua história. É impossível ficar indiferente. Depois de ter visto este relato sobre a evolução no tempo dos acontecimentos fiquei mesmo a torcer por ti, porque quem gosta assim de alguém, tão genuinamente, merece ser feliz sem restrições. Esperemos que a pessoa em causa abra os olhos. Cumprimentos.