Sozinho

Com o passar do tempo há uma coisa que eu não consigo deixar de evitar: solidão. Uma vez vi alguém dizer na televisão, já não me recordo bem em que circunstâncias, que no seu caso a solidão era uma escolha. Ora, no meu não foi. Mas parece que é a minha própria vida que me empurra para este buraco escuro. Tenho cada vez mais a certeza que alguma coisa não bate certo.
Mais problemas surgiram. Agora com a faculdade, com a própria a instituição. A questão até pode ser irrelevante para eles, mas para mim não. Tanto não é que que já expus a situação à direcção da faculdade. Não vou aqui mencionar o motivo, até porque não é necessário. Eu estou farto daquilo até à ponta dos cabelos. Só vivi coisas más naquele sítio. Começou logo com a escolha errada do curso, foi a má adaptação, o mau ambiente social que senti vezes sem conta, a paixão pelo Hugo e agora as chatices burocráticas. Mal posso esperar para sair dali. Já não falta muito. Mas outra guerra aproxima-se. Saio de uma, vem outra. Eu juro que às vezes acho que fui amaldiçoado... Mas por que é que eu tinha de preferir o mesmo mestrado que a pessoa de quem gosto e que me ignora está a tirar? Não sei o que fazer. Não sei se estou em condições de ir estudar para o mesmo sítio que ele e viver tudo outra vez. Por outro lado, é a minha vida e o meu futuro e eu acho que não me posso prejudicar mais por causa dele. Se ele está lixar-se, então eu também estou. Estou neste dilema que me está consumir. Quero fugir, mas vou para onde ele está. Quero esquecer, mas também quero ele me conheça. Estou numa contradição infernal. E o pior de tudo... Estou sozinho. Sozinho nesta luta, sozinho nesta guerra, sozinho na tristeza, sozinho no sofrimento, sozinho na solidão (por mais redundante que isso possa soar).

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