A desesperar...

Quarta-feira, dia 15 de Dezembro. Seguramente, um dos dias mais tristes de toda a minha vida. Os sintomas são de alguém com depressão, mas recuso-me aceitar essa realidade. Estou imerso num mar de emoções, actualmente. Medo, angústia, desilusão, tristeza, sofrimento, paixão, desconfiança.
A tarde passada, às voltas no Facebook, acabei por dar com a página do Hugo. Eu jurei que não iria lá novamente até ao momento da revelação. Acontece que vi a foto dele noutro perfil e não resisti. Ele está estonteantemente bonito. Ainda acredito e quero acreditar que essa beleza física se reflecte no interior, no caso dele. Depois de ver aquilo tudo, os amigos dele, fiquei em baixo. Não sei explicar. Senti-me uma carta fora do baralho. Senti que não pertencia ali, que não tinha o direito a estar ali, que se quiser entrar ali à força (na vida dele) vou dar-me mal, que vou ser humilhado. Tenho essa sensação que me tem apoquentado há já um bom tempo. Saí dali e fui para o WC da faculdade chorar. Ali fiquei um tempo, com a porta fechada, a chorar em silêncio. Foi um dos momentos mais decadentes da minha vida e junta-se ao episódio em que chorei às escuras nas escadas do prédio, há uns meses atrás. Já são vários (amigos mais próximos e outras pessoas com quem partilhei a minha história via internet) aqueles que me dizem não posso permitir ser desprezado assim por alguém, para saltar fora, etc. Quem me dera que as coisas fossem assim tão simples. Eu não posso desistir de alguém que já faz parte de mim. Não consigo. A verdade é: o Hugo não é má pessoa como ele quer fazer transparecer. Talvez a frieza que ele adoptou em relação a mim foi uma forma de ele me ter longe por não saber lidar comigo ou por ter vergonha. Não creio que o tenha feito por maldade ou intenção. Ele não me parece ser assim. Creio que o meio social onde ele se insere exerce alguma influência negativa sobre ele mas não vou aqui atacar ninguém. Ele tem o direito a ter como amigos quem ele quiser. Acontece que isso está a impedir-me de aproximar. Parece que tenho um muro enorme para saltar. A dificuldade em pulá-lo chama-se vergonha. Tenho medo de ser julgado e gozado. Preferia que ele guardasse para ele tudo o que ainda lhe irei contar. Receio um pouco que ele não o faça, apesar de confiar nele cegamente, como já lhe disse anteriormente.
Ele parece-me irredutível, não se comove com nada do que eu digo (pelo menos não quer mostrar isso). Eu pergunto-me que mal terei eu feito para merecer um castigo destes? Eu apenas gosta dele e nada mais. Será que isso causou uma confusão grande dentro da cabeça dele? Porque é que estou a ser castigado assim só porque amo? Amar é diferente de odiar, e no meu caso parecem, ironicamente, representar a mesma coisa. O meu maior presente de Natal seria a amizade dele. Uma noite destas sonhei que ele me tinha ligado para irmos ao cinema. Uma coisa simples, com que sonho desde que me apaixonei. Ele nem sequer imagina isso. Tenho esperanças que ele leia isto só para saber das minhas verdadeiras intenções. Entretanto estou a desesperar. Não encontro a luz ao fundo do túnel. Pelo que vi e li ele parece-me bem e feliz. É pena que mesmo sabendo que eu estou de rastos não me ajuda, por orgulho ou seja lá o que for. :'( Esta situação está a destruír-me e isto que digo é muito sincero.

2 Response to "A desesperar..."

  1. José Says:

    Chorei...Chorei por ler estas palavras.

    Gostava de te ajudar, de se calhar dar-te um abraço...

    Sabes o que eu deduzo destas palavras?
    Que tens que lutar...Não desistir...
    Porque só assim vais conseguir seguir em frente...

    Quero deixar aqui expresso o meu apoio 'bloguistico'...Quero que saibas que podes passar vergonha e ser humilhado, e isso vai-te custar...

    Mas se dizes que achas que o Hugo está a manter uma capa e não se descose com nada... É preciso dar tempo para ver se realmente tem uma atitude de HOMEM e reflita nas coisas que têm acontecido e um dia tenha CORAGEM para falar contigo...Nem que seja para dizer-te NÃO!

    FORÇA;)

  2. Miguel Says:

    Obrigado mais uma vez. Fico contente por saber que a minha história comove alguém. Ainda não comoveu quem eu queria mesmo. :( E parece que há quem se interesse. Estou a aproximar-me das 1000 visitas, sabe-se lá como.