
Por causa disto e muito mais, aproveito para dizer, que estou a falhar como amigo. Há uma pessoa muito minha amiga e muito importante para mim que está a precisar de ajuda, creio eu, mas eu não estou lá. Esta pessoa foi um pilar na minha adolescência, ensinou-me muita coisa, aceitou-me como eu sou. Devo-lhe muito. Esta pessoa tem um filho que eu amo como qualquer um dos meus sobrinhos e de quem já sinto saudades enormes. Mas a questão é que não me sinto bem psicologicamente para prestar apoio a ninguém no momento. Não estou em condições de representar o meu papel de amigo, com muita pena minha. Simplesmente não consigo e sei que estou a abandonar quem um dia me estendeu a mão. Sempre fui um amigo presente. Nunca falhei com ninguém, mas neste ponto da minha vida tenho de pensar primeiro em mim e depois nos outros. Não é uma desculpa, mas é a realidade. Continuar a ajudar os outros, ignorando os meus próprios problemas, seria cavar a minha própria sepultura. E espero que um dia essa pessoa me perdoe, mas é que eu também nunca me senti tão mal como agora. Achei que devia constatar isto aqui, era um desabafo necessário.
O Hugo quer por perto os amigos e sabe-se lá quem mais. Eu tentei. Deus sabe que sim e sabe o quanto sofri com isto. Eu não posso é ser alguém que não sou. Se ele não me aceita, só tenho a lamentar mas eu não posso ser alguém que não sou. Não digo isto orgulhosamente. isto custa-me. Eu não gosto de mim, não gosto do que sou nem do que represento. Viver rodeado de preconceito por todos os lados é algo que não me deixa proprimanente alegre. Mas sou assim e ele não gosta. Nos meus momentos mais agoniantes peço sempre a Deus que transforme o mundo num lugar menos superficial, onde se dê mais valor à maneira de ser das pessoas, aos seus valores. Queria que o mundo fosse menos um lugar de aparências e mais um lugar onde a beleza interior reinasse. Isto está a matar-me. Eu não tenho sono, eu não tenho sossego, eu não tenho mais alegria de viver. A minha mente é um furacão a rodopiar com inúmeras emoções no seu interior. Quando ele me vedou a entrada na vida dele, vedou-me também o direito a viver. Estivemos tão perto, eu tive a oportunidade de lhe contar tudo ali, em pessoa, mas a vergonha e o medo dominaram-me. Estive tão perto de me libertar destas correntes invisíveis e desta mordaça, mas fracassei. Agora estamos longe. Ele numa faculdade e eu noutra. Ele com a vida dele e eu com a amostra de vida que tenho, que nem chega a ser uma vida no seu termo lato. Físicamente, até podemos estar longe. Mentalmente, ele está muito perto de mim. Penso nele constantemente. E sei que ele também se vai lembrando de mim, de vez em quando, perguntando-se sobre quem sou eu: a figura enigmática que surgiu no caminho dele. Perto ou longe, eu dediquei parte da minha vida a alguém que preferiu não querer conhecer-me a fundo e desfrutar de momentos divertidos na minha companhia. Isso é trágico. Para quê nascer e viver algum tempo para se chegar a uma situação destas? Qual é o propósito de eu viver? Perguntas retóricas com respostas mudas.
Desejos? Queria que a distância física entre mim e ele encurtasse. Queria poder voltar a vê-lo. Queria que esta barreira psicológica, que nos não só separa como afasta, desaparecesse para nunca mais aparecer. Queria poder estar perto dele, agarrar na mão dele e dizer que tem um amigo para a vida toda. Isto pode parecer tão estranho e eu sei que é (LOL). Caramba, eu sei. Nós mal nos conhecemos, mas não invalida o quanto eu lhe quero bem, o quanto eu simpatizo com ele. E isso NUNCA me aconteceu. Nunca! O Hugo é um paradoxo na minha vida. É a pessoa que menos bem conheço, mas de quem eu mais gosto e com quem mais simpatizo sem conhecer realmente. Eu não tenho maneira de explicar como nem porquê. Pura e simplesmente é assim. E queria que a nossa eventual amizade fosse tão simples quanto isso. Mas não é assim. Parece que a vida não é um mar de rosas..,É mais um caminho longo a percorrer cujo fim é uma incógnita.
5 de fevereiro de 2011 às 13:22
É tão dificil ler isto...
Gostei dos teus relatos dos acontecimentos que foram passando com o Hugo...Sorri, sorri pois são momentos que jamais os largarás...Estarão sempre ali para serem recordados!
Mas tudo é tão difícil, volto a dizer-te, que apesar de uma história bem diferente, há situações tão similares com a minha história...
As vezes também apetece contar-te, mas não o sei como fazer...Pq as palavras também não saem!!!
Um dia há de sair!!!