Lisboa: antes e agora

Na quinta-feira passada eu estava mesmo mal. E último post que publiquei reflectiu bem isso, acho eu. Mas mal publiquei aquilo, o meu telemóvel tocou e tive uma grande noite, em vez de ter ficado o resto do dia em casa a chorar pelos cantos e a bater com cabeça nas paredes. Passeei bastante por Lisboa (Avenida da Liberdade, Chiado, Bairo Alto, Rossio, Lapa, Campo de Ourique, nem me lembro de todos os sítios por onde passei). Recordei os velhos tempos, quando jantava frequentemente nos Armazéns do Chiado, quando passava tardes na baixa às compras.
Com isto tudo a acontecer, nem me apercebi do quanto me fazia falta voltar à rotina que tinha quando vim morar para Lisboa. Tenho saudades também de ser aquela pessoa, sem problemas, sem paranóias. Queria voltar atrás no tempo. Queria que 2006, 2007, 2008, voltassem atrás. Eu era feliz e não sabia. Não dei valor à minha vida naquela época. Senti dificuldades em adaptar-me ao dia-a-dia atribulado da capital e em adaptar-me à faculdade incluindo as pessoas. Pus-me a pensar que se tivesse percebido que tinha tido todas as condições para ser feliz, teria-me aplicado nos estudos e teria concluído o curso antes de ter que estar perto do Hugo, evitando assim o que sucedeu. Passado é passado e não há volta a dar. Isto aconteceu e tenho de enfrentar a realidade. E a minha realidade é ter posto num pedestal alguém que me ignora, enquanto a minha auto-estima vai-se pelo cano abaixo.
Este fim-de-semana nem foi mau, tive pouco tempo em casa, distraí-me bastante. Mas sempre que chega a noite, a melancolia abate-se sobre mim. Ponho-me a pensar numa série de coisas sem nexo, algo que só me faz mal, mas não dá para evitar. Enquanto isso, vou ganhando coragem, pouco a pouco, para confrontá-lo novamente.
No geral, tendo em conta todas as adversidades incluídas, vir para Lisboa fez-me bem. A minha constante: Lisboa. A minha variável: Hugo. Resultado: antes era feliz e não sabia e agora não sou feliz e sei.

2 Response to "Lisboa: antes e agora"

  1. José Says:

    Uma vez tive um professor que me disse que ninguém, nunca, é feliz. E sabes que tem razão?

    Então vejamos. O que é a felicidade? É quando temos aquilo que queremos. CONTUDO, quando temos aquilo que almejamos, desejamos logo de seguida outra coisa, temos sempre um objectivo seguinte.
    Nunca ninguém é totalmente feliz, nem sabe o que é a felicidade perfeita!
    Ninguém é perfeito!

    A vida é feita de batalhas, de lutas constantes para se conseguir o que se quer. É dificil, duro, muitas vezes parece impossível. Também gostava de não tar aqui agora. De não ter um relacionamento de 3 anos com uma pessoa que amo, mas que já me fez tanto mal, que penso que me vai fazer mal ainda...Tenho medo de viver com essa pessoa, tenho medo do futuro, pelo que se passou no passado. Não sei se é o caminho certo. Sei que é o caminho que estou a seguir, e embora tenha medo de cometer a maior asneira da minah vida, indo por ali, deixando de lado, se calhar, alguns amigos, algumas pessoas, alguns projectos, a verdade é que foi o que escolhi...

    Embora pense que se calhar fosse mais feliz indo pelo outro lado. A vida é assim...

    Custa-me dizer isto, mas é verdade!


    E tanto tu, como eu, e como todos, pelo caminho mais fácil ou difícil vão ter o seu ponto final!

  2. Miguel Says:

    O teu professor estava certo. Cada vez me convenço mais disso. O ser humano não consegue obter a plenitude da felicidade porque está constantemente a traçar um caminho, a delinear objectivos...Temos que ir lutando, sofrendo, até conseguirmos alguma coisa.